Um dos momentos mais esperados do Bancarte foi o VII Festival de Música dos Bancários, realizado no Espaço Cultural Marcos Lucena, no sábado, 30 de abril, nas dependências do Sindicato dos Bancários da Paraíba, em João Pessoa. Um momento em que os participantes se despojam da rigidez de suas atuações profissionais para colocarem seus talentos artísticos à prova.
O mais importante é que essa disputa se dá em um clima de alegria, de cumplicidade, onde vencer ou não se torna apenas um detalhe. É bom lembrar que só podem participar do festival os bancários sindicalizados.
Tendo no júri deste ano o cantor Bira Delgado, o músico e compositor Arthur Pessoa (do grupo Cabruêra) e o jornalista Ricardo Anísio, o evento foi destacado pela qualidade das composições. Bira Delgado (que recentemente lançou o CD “Na Batida da Cancela”) teceu elogios ao evento e disse que “é muito importante que uma entidade que lida com números a realize um evento dessa natureza”.
Os três vencedores desta sétima edição do festival (que acontece como parte da programação do Bancarte) receberam troféus e prêmio em dinheiro (R$ 1.200, R$ 600 e R$ 300 respectivamente). O primeiro colocado foi Deoberto Lopes (do Banco do Brasil) com a música “Mar e Mé”, o segundo lugar ficou com Aristeu Casimiro (também do Banco do Brasil) com “De Qualquer Maneira”, que recebeu o troféu das mãos de Marcos Henriques (presidente do Sindicato) e o terceiro lugar foi de Edgley Cordeiro (do Bradesco) com a música “Viola eu chego lá”, cujo troféu foi entregue pelo poeta Pedro Fernandes, um dos bancários homenageados do evento.
O secretário-geral da Contraf-CUT, Marcel Barros, que veio especialmente de São Paulo representar a instância nacional do movimento sindical bancário, fez a entrega do troféu de vencedor do festival a Deoberto Lopes. Ele destacou o elevado nível das músicas e teceu grandes elogios ao Bancarte como um todo.
“A diretoria do Sindicato está de parabéns pelo esforço de promover a cultura em um patamar que traz na sua abertura uma figura de reconhecimento internacional, que é Ariano Suassuna”, disse Marcel, “além de promover shows de altíssima qualidade no encerramento de cada noite do evento, com artistas como Santanna O Cantador, Geraldo Azevedo, Nando Cordel e o grupo Os Três do Nordeste”.
Sivaldo Torres, diretor de cultura do Sindicato dos Bancários e organizador do festival, ficou muito satisfeito com o desempenho dos intérpretes e fez um elogio aos participantes pela fleuma com que receberam o resultado. “Embora todo mundo tenha vontade de vencer, havia um clima de solidariedade entre todos os concorrentes, e é esse espírito que nós pretendemos que prevaleça. Para a diretoria do Sindicato todos os 11 participantes são verdadeiros campeões”, disse.
Uma das concorrentes do festival, mesmo não tendo sido premiada, pode ser destacada pela maneira como faz uma denúncia sobre a violência e o clima de insegurança que paira sobre os trabalhadores bancários e também sobre seus clientes.
A canção “Atendimento Especial”, de Ricardo Gomes (da Caixa) chama a atenção para as explosões aos caixas eletrônicos e também para os assaltos conhecidos como “saidinha de banco”. A letra diz em determinado trecho: “Vou trabalhar/ não sei se vá/ que medo dá/ na veia”. O problema tem sido bastante discutido pela direção do SEEB-PB com o Secretário de Segurança do Estado, para que se encontre uma maneira de coibir a ação dos meliantes e para que os bancários possam exercer suas funções com tranqüilidade.