Entre os dias 16 e 17 de agosto, a Contraf-CUT participou do encontro da Rede Internacional do Banco do Brasil, no Paraguai. Constituída pela Uni Mundial, a Rede é uma organização internacional dos trabalhadores do BB. Participaram do encontro representantes do Brasil, Argentina e Paraguai. A Contraf-CUT foi representada pelos dirigentes sindicais Carlos de Souza (secretário-geral), Gustavo Tabatinga (secretário de Políticas Sindicais) e Wagner Nascimento (coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB). Também estava presente na ocasião a Fetraban – Federação dos Trabalhadores Bancários do Paraguai.
No Paraguai, a representatividade sindical é feita por banco. No país, existem duas agências do Banco do Brasil e, por esse motivo, o Sindicato do BB conta com 59 funcionários.
“Nos últimos anos, o banco tem se recusado a dar um reajuste justo aos trabalhadores. Portanto, nos últimos dois anos se acumulou perda de cerca de 30% do poder de compra do salário do trabalhador. Ou seja, o bancário do BB, que tinha o melhor salário do Paraguai, hoje recebe cerca de 70% da média salarial. Para piorar ainda mais, o BB tem se recusado a fazer as negociações com os trabalhadores”, relatou o secretário-geral da Contraf-CUT e coordenador da Rede Internacional do Banco do Brasil, Carlos de Souza.
De acordo com Carlos, atualmente o banco tem proposta de índice salarial de 3,1%, o que representa o índice oficial do país. Porém é uma porcentagem sem nenhum critério, sem nenhuma organização mais objetiva e não retrata de fato a realidade.
Principais reivindicações
O banco está se propondo a pagar o índice oficial do governo, que já está sendo questionável. A reivindicação dos bancários do Paraguai é de 15% de reajuste para este ano. “Uma reinvindicação responsável, tendo em vista que eles tiveram perdas de mais de 30% ao longo da história”, destacou o dirigente sindical.
Os bancários do BB do Paraguai também reivindicam uma isonomia dos gerentes, todos repatriados do Brasil, que recebem PLR da corporação brasileira. Por isso, a categoria também reivindica receber PLR da corporação do Brasil para os funcionários do Paraguai.
Segundo Wagner Nascimento, a reunião foi muito positiva, pois houve avanço nos diálogos. “Conseguimos pressionar o vice-presidente e a diretoria do Banco do Brasil para marcar esta reunião no Paraguai, com a finalidade de debater a pauta de reivindicações dos funcionários paraguaios e avançarmos nos debates”.
De acordo com Gustavo Tabatinga, a Contraf-CUT intermediou e agiu como facilitadora no diálogo entre o banco e os representantes dos trabalhadores.
No dia 16, a reunião priorizou os debates sobre a Rede Internacional do BB nos três países (Brasil, Paraguai e EUA). Em seguida foi realizada áudio-conferência com representantes do setor de Recursos Humanos do banco e representantes das negociações de agências de vários países. No dia 17, a Rede Internacional do BB realizou uma reunião com os funcionários do banco.