O presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, participa, nesta quarta-feira (28), da abertura do 44º Congresso Nacional do La Bancaria, confederação que representa a categoria bancária da Argentina. O evento, que vai até dia 30 de junho, acontece na capital Buenos Aires.
O Congresso Nacional é a reunião da direção nacional da confederação argentina para debater conjuntura, avaliar o ano que passou e tirar diretrizes políticas para o próximo período.
Na terça-feira, Roberto von der Osten esteve presente no "Conversatorio", uma conversa informal com os delegados do Congresso e dirigentes do Brasil, Uruguai, Argentina e Colômbia sobre o que está acontecendo em cada um desses países. “Fomos convidados para este debate de conjuntura para relatar como estão as coisas no Brasil e falar sobre o golpe institucional. Expliquei que estamos sob pesado ataque neoliberal, planejado pelas elites empresariais e financeiras, que perderam eleições quatro vezes seguidas por culpa do seu programa de governo. A única forma possível de implementação do seu programa, foi derrubar a presidenta eleita, derrubar seu programa de governo e colocar no lugar um fantoche acovardado e submetido totalmente ás suas ordens para fazer reformas amargas, impopulares e criminosas em relação à direitos.”
O presidente da Contraf-CUT lembrou que eles não pararam por aí. “Ainda corremos os riscos da reforma trabalhista, que pode mudar radicalmente as relações de trabalho e enfraquecer os sindicatos. Além do Projeto de Lei, que já foi aprovado e sancionado, que permite a terceirização em todos os níveis. A reforma da previdência está tramitando e vai acabar com o sonho da aposentadoria. E o patrimônio do povo formado pelo Pré-Sal e empresas públicas está sendo liquidado.”
Tudo isso, segundo Roberto, para garantir recursos para pagamento da dívida interna, do qual os rentistas são beneficiários. “Eles aprovaram uma lei que congela o orçamento por vinte anos, o que inviabiliza, a curto e médio prazo, todas as políticas públicas e o arcabouço protetivo da constituição de 1988. O SUS, a escola pública, a política habitacional, o Pronaf, tudo isso vai diminuir muito de tamanho. Estamos institucionalmente vivendo uma assembleia nacional constituinte clandestina e que, nas ruas, a repressão deixa claro que estamos em guerra.”
Ele passou ao presentes também todo o descrédito dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “Temos muita vergonha do presidente golpista agora denunciado por corrupção. Até a parte da sociedade que bateu panelas nas ruas para derrubar Dilma está perplexa pelo mar de corrupção que colocou no poder no lugar dela. Estão calados e envergonhados.”
Porém, completou Roberto von der Osten, tudo isso não passa impune. “Estamos indo às ruas, disputando a hegemonia e crescendo no conceito do povo pobre que precisa de um governo que esteja do lado dos trabalhadores. As esquerdas do Brasil precisam se unificar e construir um projeto de nação sustentável e includente. Agora é luta!”, finalizou.