Os membros da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que integraram a Missão de Observação da Eleição na Colômbia, participaram, na segunda-feira (14), de uma reunião com a UNI Américas, a Confederação Única dos Trabalhadores e a Central de Trabalhadores, ambas do país vizinho, para uma avaliação geral dos trabalhos durante as votações para o legislativo local e prévias presidenciais, ocorridas no último domingo (13).
Para a presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa, “a importância de se ter uma delegação internacional para a observação foi muito grande, pois o processo eleitoral aconteceu num clima de muita violência, de muita polarização no país”.
Em Bogotá, foram 723 observadores coordenados pelo Movimento de Observação Eleitoral (MOE), 160 dos quais estrangeiros (85 representantes da UNI Global Union, entre eles 28 sindicalistas da Contraf-CUT), 206 estudantes, 13 pessoas trans e 12 pessoas com deficiência, entre outros.
Balanço inicial
Nas seções eleitorais, os observadores registraram uma série de problemas, como ausência de informação ou instrução específica para a votação de pessoas trans (em 67,1% das mesas), falta de material eleitoral de fácil leitura para pessoas com deficiência (em 38,8%), dúvidas a respeito da contagem dos votos (em 35,2%) e presença de rasuras ou marcas de grampos nos formulários (em 24,8%).
Também foram feitos ao menos 249 relatos de irregularidades à Missão de Observação, sendo 109 contra as autoridades eleitorais em Bogotá, a capital. Entre os principais problemas apontados, estão 52 irregularidades relacionadas a publicidade em meios de comunicação, 50 casos contra a plena liberdade para votar sem interferência, falta de luz em cinco postos quando foi dado início à apuração e o transporte dos votos sem aviso prévio, como previsto, em ao menos duas seções. As localidades com mais registros de possíveis delitos eleitorais foram Ciudad Bolivar (33 denúncias), Teusaquillo (31) e Usaquén (28).
Para o secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, que coordenou a delegação dos 28 sindicalistas, “nessa observação das eleições foi feito um relatório pela nossa delegação, em que apontamos algumas dificuldades que podem ser superadas para melhorar o processo eleitoral na Colômbia; e também para deixar claro para o país que o movimento sindical do mundo todo está de olho no que ocorre aqui e que é preciso haver a expressão livre do desejo do povo, independente da orientação de seus representantes eleitos, seja de centro, esquerda ou direita. Mas, isso tem que se dar dentro de um processo livre”, explicou.