Os bancários e bancárias de 12 países das américas participaram, entre os 13 a 15 de agosto, da reunião do Comitê Executivo da UNI Américas Finanças. O evento, organizado pela UNI Global Union – sindicato mundial de serviços, debateu a conjuntura mundial, os ataques aos direitos dos trabalhadores do continente, a digitalização, o futuro do mundo do trabalho e o que fazer para manter a qualidade dos empregos no sistema financeiro.
No primeiro dia do evento, 13 de agosto, foram convidados técnicos da academia e do movimento sindical para trazer dados e informações sobre a digitalização no sistema financeiro, inteligência artificial, proteção de dados dos trabalhadores e novos direitos, para ajudar no debate da estratégia de resistência no continente.
O segundo dia, 14 de agosto, começou com uma manifestação internacional na frente da sede do BBVA Colômbia. “Nos solidarizamos com os bancários do BBVA aqui da Colômbia. Nós, bancários brasileiros também somos vítimas do desrespeito dos bancos. O BBVA precisa respeitar seus funcionários, que contribuem para os resultados do banco”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que também é vice presidenta da UNI Américas Finanças.
Logo depois foram iniciadas as reuniões das Redes Sindicais de Bancos Internacionais, por bancos. A Contraf-CUT participou das reuniões da Rede Itaú, da Rede Banco do Brasil, da Rede Santander e da Alianza Continental en Defensa de la Banca Publica.
A reunião da Rede Sindical do Itaú contou com a participação de bancários do Paraguai, Colômbia, Uruguai, Argentina, Chile e Brasil. Cada membro relatou os problemas locais. O debate também passou pelo Acordo Marco, que tem sua renovação sendo discutida com o banco, para ser assinado em outubro. “Fizemos um debate e tiramos um plano de ação universal, para que os problemas em comum sejam negociados em conjunto com a direção do banco”, explicou Jair Alves, coordenador Comissão de Organização dos Empregados do Itaú.
Outro ponto importante da discussão foi referente a Coperbanca, da Colômbia, que vem enfrentando diversos problemas de conflito de gestão. No Paraguai, também há problema de o banco reconhecer a atividade sindical.
Os representantes dos trabalhadores do Brasil apresentaram um estudo com os números do banco em toda a reunião. Também foi apresentada uma pesquisa que deverá ser atualizada e feita em todos os países onde o banco atua.
A Rede Sindical do Banco do Brasil solicitou o apoio da UNI na organização de uma reunião da Rede no Paraguai em apoio ao sindicato local e aos novos membros da entidade. A rede definiu ainda produzir uma comunicação da Rede Internacional Sindical do Banco do Brasil com as informações do Acordo Marco Global do BB com a UNI, ressaltando a importância do acordo para os funcionários dos diversos países, e envio do documento para todos os empregados do Banco do Brasil dos locais da Rede BB no mesmo dia. Ficou definido ainda que a Rede BB realizará ações conjuntas para os funcionários do Brasil, Paraguai e Argentina.
Wagner Nascimento, representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Baco do Brasil (CEBB) explicou que a reunião no Paraguai é para fortalecer a nova diretoria e tentar agregar mais associados. “Uma reunião que fizemos da CEBB na agência do BB em Assunção foi fundamental para ter mais associados e garantir a existência do sindicato lá, já que chegou a ficar com número menor de filiados do que reza a legislação local.”
A Rede Santander debateu o difícil momento e decidiu avançar a organização na direção de construir uma Rede Sindical Mundial do Santander.
No dia 16 foi realizado um ato Sindical dentro do Banco Republica por demissões sem justa causa, das 8h45 às 12h. Contou com a presença dos sindicatos internacionais. “Sindicatos de diversos países estão aqui para deixar bem claro aos bancos que os trabalhadores estão unidos na defesa dos trabalhadores, do emprego e para cobrar a responsabilidade social dos bancos”, afirmou a presidenta da Contraf-CUT.
Também participaram do evento Rita Berlofa, presidenta mundial da UNI Finanças, Angelo Di Cristo, chef mundial da UNI Finanças, Márcio Monzane, diretor Regional UNI Américas, Guillermo Maffeo, diretor Regional UNI Américas Finanças, Anna Harvey, coordenadora Uni Finanças e Trevor Jonhson, segundo vice-presidente UNI Américas Finanças.