A Contraf-CUT lamenta o anúncio do Ministério da Fazenda, feito na quarta-feira (25), do nome de Gilberto Occhi para comandar a Caixa Econômica Federal. Para que comece a exercer a função, ele precisa ter o nome aprovado pelo conselho de administração do banco, que é controlado pelo governo federal.
Antes mesmo de assumir, Occhi estuda o fechamento de agências. A principal meta dele será reverter o quadro de agências deficitárias. A vice-presidência que cuida da rede do banco já recomendou o fechamento de apenas 15 delas que estão totalmente inoperantes.
Para Sérgio Hiroshi Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e empregado da caixa, a indicação mostra a real intenção deste governo. “Fica claro que o principal alvo deles será a retirada de direito dos trabalhadores. Vamos ficar de olho e mobilizados para que eles não consigam retroceder todas nossas conquistas históricas.”
O banco também deve manter a política de redução de custos com pessoal, com planos de demissão e de incentivo à aposentadoria. A Caixa cortou o número de funcionários de 100,3 mil para 97 mil em 12 meses. No período, a despesa com pessoal cresceu 1,6%, bem abaixo da inflação, totalizando R$ 5 bilhões. A instituição está buscando ações para reduzir gastos e aumentar a produtividade.
Ao assumir a Caixa, Occhi também receberá o desenho de um caminho para a abertura de capital do banco estatal ainda no governo do presidente em exercício Michel Temer. Para que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) seja possível daqui a dois anos, o banco estatal teria de privatizar antes três áreas: seguros, loterias e cartões. “Não podemos deixar que a Caixa seja privada. Ela é um patrimônio do povo brasileiro”, afirmou Takemoto.