Contraf-CUT e Uni planejam novo modelo de sindicalização

O objetivo é modernizar os moldes utilizados desde o início do sindicalismo brasileiro, na década de 1920

A crise pode se transformar em oportunidade. Este é a filosofia da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que – em meio a dos cenários de maior ameaça ao movimento sindical – planeja inovar o modelo de sindicalização dos bancários.

Para isso, recebeu nesta quinta-feira (14), na sua sede, em São Paulo, a direção da Uni Finanças (sindicato mundial de serviços, a qual a Contraf-CUT é filiada, e que contempla mais de 900 sindicatos filiados em 150 países, representando 20 milhões de trabalhadores), que apresentou um modelo, experimentado em diversos países. A ideia é sindicalizar com formação sindical. “O movimento sindical bancário é um dos que tem o maior índice de sindicalização no Brasil. Mesmo assim, a Contraf-CUT buscou a UNI Américas para construir no Brasil essa experiência que já foi exitosa em vários países”, explicou Gustavo Tabatinga Jr., secretário-geral da Contraf-CUT, que será o coordenador do projeto-piloto de sindicalização.

No início de maio, o grupo volta a se reunir, já com os coordenadores regionais da campanha sindicalização, para estabelecer as métricas e as datas a serem seguidas.

Roberto von der Osten, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT, lembrou que o método de sindicalização que os bancários utilizam são basicamente os mesmo desde o início dos nossos sindicatos, na década de 1920. “O mundo sofreu transformações, estamos numa era digital e o sindicalizado precisa ter uma participação diferenciada dentro da sua organização. E para ter uma coerência com o movimento social participativo, não dá para a vanguarda do sindicato tocar a luta e o associado ser um expectador. Ele tem que ser o protagonista das lutas sindicais. Nós vivemos numa conjuntura de forte ataque aos movimentos sindicais e sem participação, vamos desaparecer. Por isso, vamos experimentar um novo formato de trazer os bancários para dentro dos sindicatos.”

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