As entidades que participaram da mesa de negociação da Cassi com o Banco do Brasil se reuniram, nesta quarta-feira (24), com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na sede da entidade.
Na reunião, as entidades manifestaram preocupação com a Caixa de Assistência e com a divulgação de um documento da ANS notificando a Cassi sobre uma possível intervenção, que viria através da designação de uma direção fiscal.
Segundo Wagner Nascimento, que coordenou a mesa de negociação da Cassi e representou a Contraf-CUT na reunião, o momento exige o máximo de esclarecimento possível e foi o que fizemos. “Há uma confusão enorme sobre o papel da ANS numa possível intervenção, como se fosse acontecer uma grande proposta com várias medidas de gestão. Isso não é o papel da ANS na Direção Fiscal e o que será exigido é o que fizemos de forma negociada, com entrada de recursos da parte do banco e da nossa parte como associados.”
Os representantes da ANS informaram que a situação financeira da Cassi é grave e que a indicação de uma Direção Fiscal é porque se espera alguma medida de saneamento para cobrir o déficit acumulado e a cobertura do patrimônio líquido.
Segundo os gerentes da ANS, a entrada de novos recursos financeiros são o primeiro passo de medidas de saneamento e que o processo de direção fiscal não tem como ser interrompido sem fatos novos nesse sentido.
Foi explicado que o diretor fiscal, se for designado, não tem poder de gestão e que as medidas a serem implementadas devem partir da Cassi, sendo avaliadas a sua eficácia pela ANS, através da análise das contas e indicadores financeiros.
Participaram da reunião na sede da ANS no Rio de Janeiro Bruno Martins Rodrigues, gerente-geral de Acompanhamento Econômico-Financeiro das Operadoras e Mercado, e Robson Barreto da Cruz, gerente de Acompanhamento Regular das Operadoras, e os representantes da Contraf-CUT, AAFBB, ANABB e FAABB.
A Contraf, ANABB e AAFBB informaram para a ANS que estas entidades estão orientando aprovação da proposta que, além de aspectos de governança, propõe alterações no modelo de custeio com contribuição do banco e dos associados, o que é uma medida de saneamento das contas da Cassi.
“Esperar que haja indicação de medidas que podem ser mais salgadas para os associados é arriscar demais principalmente para os atuais e futuros aposentados que hoje estão no plano, cujo compromisso do BB está bem claro no Estatuto e não será alterado”, completou Wagner Nascimento.
A Contraf-CUT orienta aprovação da proposta apresentada pelo Banco do Brasil em 27 de março e cujas premissas foram debatidas com as entidades na mesa de negociação. Assim que aprovada nas instâncias de governança da Cassi, será feita consulta ao corpo social em data ainda a ser definida.