A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) discutiram nesta segunda-feira, dia 7, propostas de segurança privada para a atualização da lei federal nº 7.102/83, durante reunião realizada com assessores do Ministério da Justiça, em Brasília. O encontro deu continuidade ao diálogo aberto no dia 27 de abril, quando da audiência concedida pelo ministro Luiz Paulo Barreto para as duas entidades sindicais.
“Apresentamos os pontos principais do projeto de lei de segurança privada que bancários e vigilantes entregaram no ano passado ao então ministro Tarso Genro, visando contribuir para proteger a vida de trabalhadores e clientes e evitar mortes, feridos e traumatizados”, destacou o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
“Defendemos a ampliação dos equipamentos obrigatórios de segurança, com a inclusão de câmeras de filmagem em tempo real e monitoramento fora do local controlado, portas individualizadas com detector de metais em todos os acessos destinados ao público, vidros blindados nas fachadas e divisórias individuais na bateria de caixas e entre os caixas eletrônicos”, salientou. “Só assim podemos combater a violência e reduzir assaltos, sequestros e golpes como a saidinha de banco”, citou.
O presidente da CNTV, José Boaventura Santos, apontou a necessidade de atualizar a legislação para combater a precarização do atendimento bancário, que aprofundou os problemas de insegurança na sociedade, cujas principais vítimas da violência são os trabalhadores e os clientes. “Lotéricas, correspondentes e o banco postal não podem continuar espalhando insegurança, colocando em risco a vida dos trabalhadores e da população”, alertou.
Boaventura também chamou a atenção para equívocos na regulamentação da lei, como a Mensagem da Polícia Federal que possibilita que, no horário de almoço, haja uma redução do número de vigilantes nas agências. “Em vez de facilitar, precisamos inibir a ação dos criminosos”, comparou. Ele ainda defendeu um mecanismo efetivo de combate a atividades ilegais no setor, como os conhecidos “bicos” de policiais.
A diretora da Contraf-CUT, Marilza Speroto, considerou positivo o encontro com a assessoria do novo ministro da Justiça. “Além de sermos ouvidos, pudemos defender as propostas que construímos nos últimos anos para responder às inquietações dos bancários e vigilantes que diariamente convivem com o medo e a violência, enquanto os bancos agem com descaso e as estatísticas apavoram a sociedade brasileira”, avaliou.
Os representantes dos bancários e vigilantes se comprometeram em levar novas propostas ao Ministério da Justiça, ajudando a construir um projeto de lei de segurança privada que atenda as expectativas dos trabalhadores e da sociedade, com avanços e nenhum retrocesso.