A Contraf-CUT, federações, sindicatos e Afubesp, que estão sendo processados pelo Santander, se reúnem com o banco espanhol nesta sexta-feira (2), em São Paulo, para discutir a retirada das ações judiciais. Trata-se de práticas antissindicais que não se coadunam com o processo de respeito, diálogo social e negociação coletiva que deve pautar as relações do banco com o movimento sindical.
“Não aceitamos a tentativa do banco de calar a voz dos trabalhadores. É preciso respeitar o direito de liberdade de expressão das entidades sindicais e valorizar a mesa de negociação para buscar soluções”, afirma o funcionário do banco e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
O encontro foi agendado durante a última reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) do Santander, realizada na segunda-feira (29), na capital paulista, após diversas cobranças dos dirigentes sindicais nos últimos meses.
O banco acenou com a possibilidade de retirada das ações, mediante um acordo entre as partes nos referidos processos. Um texto foi encaminhado posteriormente pelo banco e repassado para a análise das entidades.
O banco ajuizou uma primeira ação logo após a decisão da Copa Libertadores, em 2011, quando ocorreram protestos em São Paulo. Depois, moveu diversas reclamações judiciais em várias cidades do país, especialmente após o Dia Nacional de Luta, realizado em 11 de abril deste ano, quando os bancários fizeram paralisações contra a falta de funcionários nas agências.
A reunião ocorre às 10h, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Reestruturação
O Santander também prometeu trazer informações sobre o processo de reestruturação em andamento no banco. Em várias agências, houve extinção dos coordenadores, sobrecarregando os serviços e provocando desvio de funções de caixas e gerentes. Há casos de fusão de agências e superintendências regionais.
Como se não bastasse, o banco eliminou 2.290 empregos no primeiro semestre de 2013, ultrapassando o Itaú. Apenas no segundo trimestre, houve corte de 1.782 vagas. Nos últimos 12 meses, a redução foi de 3.216 empregos. Pode?
“Esse modelo de gestão do banco não serve para os trabalhadores e prejudica o atendimento e a fidelização dos clientes”, destaca Ademir. “Reivindicamos o fim das demissões imotivadas e da rotatividade, mais contratações e melhores condições de trabalho”, ressalta.
Outras respostas
O banco ficou de trazer vários esclarecimentos, como sobre as bolsas de estudo concedidas no primeiro semestre, informando o total de solicitações, número de vagas preenchidas, quantidade de recusas e os motivos das mesmas.
Igualmente, o banco prometeu esclarecimentos sobre a quantidade de trabalhadores de outros países trabalhando em agências e centros administrativos, principalmente em São Paulo. Os dirigentes sindicais solicitaram que o banco informe o número desses trabalhadores, as funções que desempenham e forma do contrato de trabalho.
As entidades sindicais aguardam ainda a marcação da data de reunião do Grupo de Trabalho (GT) do SantanderPrevi, que o banco prometeu realizar em agosto. A finalidade é construir um processo eleitoral democrático e transparente.