A Contraf-CUT, federações e sindicatos retomam nesta quinta-feira (28), às 15h, a mesa temática de Segurança Bancária com a Fenaban, em São Paulo. Trata-se da segunda reunião em 2012.
Estarão em pauta a obrigatoriedade da instalação de portas de segurança com detectores de metais em agências e postos de atendimento e o combate ao crime da “saidinha de banco”. Os dois temas foram pautados na primeira reunião deste ano, ocorrida no dia 1º de março, quando a Contraf-CUT também protocolou uma carta apontando as preocupações da categoria.
Clique aqui para ler a íntegra da carta.
“A expectativa dos bancários é de que os bancos tragam avanços para a proteção da vida de trabalhadores e clientes e a melhoria da segurança nos estabelecimentos”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. “Queremos também abrir caminhos para construir avanços para a próxima convenção coletiva dos bancários”, destaca.
Portas de segurança
A estatística de assaltos a bancos, consumados ou não, da Febraban comprova a eficácia das portas giratórias. Veja os números:
. 2000 – 1.903
. 2001 – 1.302
. 2002 – 1.009
. 2003 – 885
. 2004 – 743
. 2005 – 585
. 2006 – 674
. 2007 – 529
. 2008 – 509
. 2009 – 430
. 2010 – 369
. 2011 – 422
“Esses números revelam uma queda nas ocorrências após a instalação das portas giratórias a partir do final dos anos 90, diante da mobilização dos bancários em todo país e da aprovação de leis municipais de várias cidades”, avalia o diretor da Contraf-CUT.
“Também mostram um crescimento preocupante de 14,36% em 2011, ano que alguns bancos, como o Itaú, retiraram essas portas em diversos municípios, enquanto outros, como o Bradesco, inauguraram agências e postos de atendimento sem esse equipamento de segurança, aumentando o risco para bancários, vigilantes e clientes”, alerta.
Combate à “saidinha de banco”
Em 2011, a Contraf-CUT apresentou várias propostas aos bancos para enfrentar esse crime, como a instalação de biombos entre a fila e a bateria de caixas, a colocação de divisórias opacas e individualizadas entre os caixas, a instalação de sistemas de monitoramento em tempo real em agências e postos de atendimento, e a isenção das tarifas de transferências (TED, DOC) para diminuir a circulação de dinheiro. Nenhuma proposta foi acolhida pelos bancos.
“Trata-se de um crime que começa dentro dos bancos e, por isso, não pode ser tratado como se fosse somente um problema de segurança pública”, enfatiza Ademir. Conforme pesquisa nacional da Contraf-CUT e da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa, 49 pessoas foram mortas em assaltos envolvendo bancos em todo país, uma média de quatro por mês, na sua maioria clientes e vítima de “saidinha de banco”.
“Não faltam recursos aos bancos para ampliar os investimentos em segurança”, defende o diretor da Contraf-CUT. Segundo pesquisa do Dieese, com base nos balanços de 2011 dos cinco maiores bancos, as despesas de segurança e vigilância somaram R$ 2,6 bilhões, o que representa uma média de 5,2% do lucro líquido de R$ 50,7 bilhões no período.
“Oferecer ambientes seguros e protegidos seria uma forma de contrapartida social”, salienta Ademir. “A vida das pessoas precisa ser colocada em primeiro lugar”, conclui.
Reunião preparatória
A Contraf-CUT promove na manhã desta quinta-feira, a partir das 9h, uma reunião do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, na sede da entidade, no centro de São Paulo, para preparar os debates com a Fenaban e discutir outros assuntos sobre segurança.