Evento discutiu condições de saúde e trabalho nos bancos
A saúde, ou a falta dela, esteve em pauta no Seminário Regional de Saúde do Trabalhador, realizado na segunda e terça-feira, dias 2 e 3, em João Pessoa. Promovido pelo Sindicato dos Bancários da Paraíba, diretores de vários sindicatos de estados do Nordeste compartilharam experiências e discutiram soluções de combate ao assédio moral, perda da saúde psíquica, transtornos mentais e comportamentais, e Lesão por Esforço Repetitivo (LER), entre outros males.
“É um momento importante em que estamos nos capacitando e qualificando para que possamos repetir experiências positivas registradas em outros sindicatos, a exemplo do nosso vizinho pernambucano”, considerou o presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcos Henriques, se referindo também à presença dos diretores do Sindicato de Pernambuco, Welligton Trindade Júnior e João Rufino no seminário.
As ações da Contraf-CUT foram destacadas pelo secretário de Saúde do Trabalhador, Walcir Previtale, que defendeu a implantação de uma política nacional de saúde do trabalhador. Para Walcir, a questão da saúde dos bancários não é algo isolado, mas está no processo e organização do trabalho, passando por aspectos como a jornada diária, remuneração e terceirização.
“É urgente propor políticas de enfrentamento junto à classe patronal e ao próprio governo. Temos que discutir o adoecimento dos bancários com um olhar mais amplo”, pontuou. O dirigente ainda ressaltou a importância da atuação dos sindicatos não apenas quando se trata das consequências, mas principalmente nas causas, com ações preventivas de combate às metas abusivas e ao assédio moral.
A ampliação do tema saúde do trabalhador para além da questão salarial também esteve em discussão. O coordenador do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST), Kleber José, ministrou a palestra “Qual o papel do Movimento Sindical no controle em saúde do SUS” e ressaltou o ritmo acelerado de produção que os bancários estão sendo submetidos.
Estatísticas
A categoria bancária está entre as que mais sofrem com doenças ocupacionais relacionadas à forma de gestão dos bancos, os quais apostam numa rotina de metas abusivas, extrema pressão e assédio moral como forma de aumentar sua produtividade.
De acordo com dados do INSS, somente nos três primeiros meses de 2013, 4.387 bancários se licenciaram, sendo 25,8% por transtornos mentais e 25,4% por LER/Dort. Em 2011, o número de bancários afastados foi de 20.714.