A Contraf-CUT realiza nesta quinta-feira, dia 31, uma reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, em São Paulo. O objetivo é reforçar a luta contra as demissões que o banco privado que bate recordes de lucros vem efetuando em todo país
Os bancários denunciam a “pisada na bola” da empresa que gasta milhões de reais na campanha de marketing “Vamos jogar bola”, mas esconde a verdadeira face da instituição para os clientes e o Brasil. Quem vê a propaganda na mídia não imagina a dura realidade vivida pelos funcionários.
Corte de 7.728 empregos em 12 meses
Conforme dados do Dieese, o banco bateu no primeiro trimestre deste ano outro recorde ao obter lucro de R$ 3,4 bilhões. No entanto, seguiu demitindo milhares de funcionários e ainda fechou 1.964 postos de trabalho, uma redução de 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado, o que acumula um corte de 7.728 vagas nos últimos 12 meses.
Além de reduzir empregos, o Itaú adota a prática perversa da rotatividade, demitindo os funcionários com mais tempo de casa e contratando novos trabalhadores com salários menores.
Dia Nacional de Luta
Na última quarta-feira (23), a Contraf-CUT, federações e sindicatos realizaram um Dia Nacional de Luta com manifestações em todo o país, exigindo o fim das dispensas.
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“Os atos que estão sendo feitos em todo o país são como uma bola de neve rolando montanha abaixo: só vai crescer. Os sindicatos estão cada vez mais mobilizados para continuar combatendo as demissões em massa promovidas pelo Itaú”, avalia Jair Alves, integrante da coordenação nacional da COE do Itaú Unibanco.
Mobilização
“Por isso, os trabalhadores farão novas mobilizações se o Itaú continuar com essa política desumana e cruel. A sociedade precisa saber que a propaganda do Itaú não corresponde à realidade enfrentada pelos funcionários nos locais de trabalho”, aponta Jair.
Para Wanderley Crivellari, também integrante da coordenação nacional da COE do Itaú Unibanco, os bancários com mais tempo de banco, ao invés de serem respeitados e valorizados, sentem-se como se tivesse um alvo pintado no seu rosto.
“Faltam caixas nas agências e, por conta disso, os gerentes operacionais têm que trabalhar nos terminais, o que gera o acúmulo de funções, uma vez que esses gerentes também têm atribuições específicas”, salienta Wanderley.
Segundo o dirigente, os funcionários ainda dispõem de pouco tempo para almoçar e sofrem com a cobrança diária de metas abusivas. “Os sindicatos têm constatado que a maioria dos bancários acidentados e adoecidos é do Itaú, somado ao clima de terror que os funcionários convivem pela ameaça constante da demissão”, denuncia.
“Não bastasse tudo isso, a pauta específica de reivindicações não teve avanços. Exemplos disso são a Participação Complementar nos Resultados (PCR), a bolsa-educação e as questões relacionadas ao plano de saúde que continuam sem solução”, ressalta Wanderley.
“Já passou da hora de o Itaú valorizar seus funcionários. Não há como falar em brilho nos olhos quando o banco só massacra seus trabalhadores, com cobranças constantes e ameaças de demissão”, conclui.