A Contraf-CUT, as federações e os sindicatos se reuniram na sexta, dia 8, com a Fenaban, para a primeira rodada da mesa temática de Igualdade de Oportunidades em 2011. A última reunião havia acontecido há exatamente um ano. Entre os itens tratados no intenso debate, que durou cerca de quatro horas, os dirigentes sindicais defenderam a criação de um Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos os bancários, que seja transparente e que promova a igualdade de oportunidades. Uma próxima rodada de negociação foi agendada para agosto, com data ainda indefinida.
O presidente da Confederação, Carlos Cordeiro, participou do encontro e criticou a morosidade dos representantes dos bancos para a retomada do processo negocial. “Levar um ano para retomar as discussões sobre o tema é prejudicial para os trabalhadores. Precisamos promover os debates antes que seja iniciada a mesa geral de negociações da categoria. As questões de igualdade devem ser encaminhadas e solucionadas neste momento”, defende Cordeiro.
Os bancários avaliam que a melhor forma de se promover a igualdade de oportunidades entre todos é a implantação de um PCS transparente, com critérios democráticos e objetivos, que diminuam a influência das escolhas pessoais dos gestores na ascensão profissional de bancários e bancárias.
O tema também foi tratado em seminário realizado recentemente pela Febraban, em São Paulo. “Os próprios consultores do banco afirmaram a necessidade de criar um plano, ainda inexistente, que seja transparente, que envolva a todos e permita o acesso dos bancários ao desenvolvimento da carreira, construído por uma via democrática”, destaca Cordeiro.
Além disso, os dirigentes discutiram a criação de uma campanha de sensibilização de gestores para a concessão da licença-maternidade de 6 meses e a garantia de retorno das bancárias sem a perda das comissões.
Outros itens debatidos pelos dirigentes foram a realização da capacitação de PCD´s e de gestores para a promoção da inclusão, a participação do movimento sindical nas grades dos cursos de capacitação de líderes nos bancos, a inclusão da questão relativa a orientação sexual no próximo Censo da Diversidade e a concessão de auxílio refeição para a bancária em licença-maternidade.
Os sindicalistas ainda debateram a ampliação dos canais de divulgação das vagas, inclusive através dos sindicatos. “Embora a Febraban tenha feito o lançamento do Portal de Oportunidade, o que ocorreu na prática foi a efetivação de um banco de currículos, o que é insuficiente”, afirma Cordeiro. “É preciso disponibilizar as vagas pelo site, democratizá-las para que todos os trabalhadores tenham o direito de tomar conhecimento sobre as oportunidades existentes na empresa”, conclui Carlos Cordeiro.
Os bancários cobraram dos bancos a realização de reuniões de monitoramento trimestrais para acompanhamento das ações da Fenaban para a promoção da igualdade de oportunidades e análise dos indicadores para avaliar qual o real impacto dessas ações na vida dos trabalhadores do setor. Os bancos concordaram em realizar uma nova reunião em agosto para apresentar os dados do Programa da Diversidade e o balanço das ações que desempenharam no período, comparando os números com os apurados pelo Mapa da Diversidade. Foi definida também a pauta da reunião:
1-Apresentação dos dados sobre o Programa da Promoção da Diversidade para avaliar os impactos dessas ações e discussão sobre o II Censo da Diversidade;
2-Campanha conjunta de sensibilização para a licença-maternidade;
3- Módulo de sensibilização da alta direção dos bancos com participação do movimento sindical: apresentação da grade do curso e discussão sobre o conteúdo e a participação de dirigentes sindicais;
4-Portal da Diversidade: apresentação do projeto e discussão sobre ampliação de vagas;
5-Capacitação de pessoas com deficiência e de gestores para a inclusão.
Também estiveram presentes na negociação Neiva Ribeiro (Fetec/SP), Sandra Trajano (Fetec/NE), Magna Pinhal (Fetraf/MG), Iracini Veiga (Fetec/RJ e ES), Jair Sabudio (Fetec/PR) e Wadson Boaventura (Fetec/CN).