Dirigentes sindicais criticaram aumento unilateral das contribuições
A Contraf-CUT, federações e sindicatos se sentiram desrespeitados por não terem sido chamados para debate sobre os reajustes das contribuições da Camed anunciado recentemente com o aval da diretoria do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). As alterações no custeio dos planos natural e família foram implantadas de forma unilateral.
“Os trabalhadores não tiveram a oportunidade nem de dizer que eram contrários e que tinham propostas alternativas, a exemplo do aumento para 3% da folha salarial da contribuição por parte do patrocinador, sem aumento por parte dos trabalhadores”, disse Tomaz de Aquino, coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.
Carlos Souza, vice-presidente da Contraf-CUT, informou que a entidade buscará esclarecimentos junto a Agência Nacional de Saúde (ANS), visando coibir o aumento abusivo anunciado pela Camed. O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra, disse que demandará o Departamento Jurídico para entrar com uma ação na esfera do direito do consumidor para questionar a decisão da Camed, respaldada pela diretoria do BNB.
O dirigente da Contraf-CUT se mostrou indignado pelo fato de a mesa de negociação permanente, iniciada nesta quinta-feira, dia 19, ter que ser suspensa devido às entidades se sentirem desrespeitados pelo banco, em face da ausência do diretor administrativo do BNB, contrariando o que havia sido acordado entre as partes.
Para dar continuidade à negociação, a Contraf-CUT vai encaminhar à presidência do BNB um ofício propondo calendário para discussão de temas relevantes para a categoria.
Pela proposta das entidades sindicais, os dias 15, 16 e 17 de janeiro serão reservados para discutir PCR e Plano de Funções. Já os dias 21, 22 e 23 de janeiro serão agendados para debater Saúde e Terceirização. A Contraf-CUT vai cobrar uma resposta do banco.
Mesa específica
Sobre as mudanças na Camed impostas pelo BNB de forma unilateral, os dirigentes sindicais afirmam que o banco procurou a solução mais fácil, cortando na carne dos mais fracos, que são os trabalhadores, que já estão penalizados com o plano. Os dirigentes sindicais repudiam o fato de terem conhecimento das majorações através dos veículos do banco e não na mesa de negociação, onde está assegurado o debate sobre a questão de saúde do trabalhador.
A Contraf ressaltou que o movimento sindical investe no canal do diálogo. “Somos defensores da mesa permanente de negociação por entender que é um espaço importante para os dois lados – empresa e trabalhadores, manifestarem suas posições. É muito ruim perceber a falta de prioridade e de respeito a essa mesa e uma tentativa de engessar as discussões com burocracia. Cobramos postura do BNB de valorização da mesa permanente de negociação, como os outros bancos públicos e privados respeitam esse mecanismo. Se for necessário iremos cobrar, inclusive, dos órgãos do governo”, finalizou Carlos Souza.