A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou um ofício nesta segunda-feira (1) à direção da Caixa para requerer esclarecimentos sobre a abertura de 75 novas agências e a contratação de 500 empregados, anunciados pelo presidente do banco, Pedro Guimarães, na semana passada.
Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Contraf-CUT, lembra que o movimento sindical sempre cobrou a contratação de mais empregados, inclusive na última mesa de negociação permanente, realizada no dia 03 de dezembro de 2020. “Na Caixa temos um déficit de mais de 19 mil postos de trabalho. Isso somado às condições precárias de trabalho e às metas desumanas, faz com que os empregados estejam em sua maioria esgotados e adoecidos. Com mais contratações, com certeza, a situação melhoraria, pela distribuição de atividades. Mas, reforçamos que a contratação de 500 funcionários diante da abertura de 75 novas agências é muito pouco perto da necessidade.”
“Reforçamos a reivindicação também de melhores condições de trabalho, como reforço dos protocolos contra o Covid-19, sistemas constantes e ágeis, manutenção de equipes de apoio como recepcionistas e vigilantes. Isso também propicia melhor atendimento para a sociedade”, completou Fabiana.
A Caixa chegou a ter 101,5 mil trabalhadores em 2014 e atualmente conta atualmente com 84,2 mil empregados. Mesmo assim, o banco trabalha com a estimativa de desligamento de mais 7,2 mil trabalhadores por meio de Programa de Desligamento Voluntário (PDV).
Em defesa de mais contratações, a Contraf-CUT e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) iniciaram um trabalho de coleta de adesões a um abaixo-assinado, cujo objetivo é reivindicar a recomposição do quadro de empregados da Caixa, reduzido ano a ano. A iniciativa foi adotada com o entendimento de que, sem investimentos, o banco público é submetido à precarização das condições de trabalho, o que reflete no adoecimento dos empregados e na qualidade do atendimento à população.
Mexeu com a Caixa, mexeu com o Brasil
A Caixa Econômica Federal é a principal operadora e financiadora de políticas públicas sociais, além de geradora de emprego, renda e desenvolvimento. Cerca de 70% do crédito habitacional é feito pela Caixa e 90% dos financiamentos para pessoas de baixa renda estão no banco público. Além de moradias populares — como as do programa Minha Casa Minha Vida — a estatal também investe na agricultura familiar, no Financiamento Estudantil (Fies) e nas micro e pequenas empresas.
A Caixa está presente na vida de empreendedores e é o banco que mais facilita o crédito para os pequenos negócios. Só em 2020, liberou mais de R$ 28 bilhões em financiamentos a juros baixos para 300 mil pequenas e médias empresas.
O banco é, ainda, o maior parceiro dos estados e municípios no financiamento de grandes obras de saneamento e infraestrutura — áreas essenciais para a garantia de melhor qualidade de vida à população.
A Caixa está em 97% dos 5.570 municípios para que as ações sociais cheguem a quem mais precisa. São 54 mil pontos de atendimento disponíveis no país: 4,2 mil agências e postos, 8,6 mil correspondentes bancários, 12,9 mil lotéricos e 28,3 mil caixas eletrônicos (ATM’s). Além disso, é o único banco que chega aos locais mais remotos por meio de oito unidades-caminhão e duas agências-barco na Região Amazônica.