(São Paulo) A sombria novela pela compra do conglomerado holandês ANB AMRO, do qual fazem parte o Banco Real e o Sudameris, terá novos capítulos no mês de julho, quando o consórcio liderado pelo Royal Bank of Scotland (RBS) deve divulgar os documentos de sua proposta, de acordo com o jornal Valor Econômico.
Os escoceses, ao lado do espanhol Santander e do belgo-holandês Fortis, já anunciaram que vão oferecer € 71 bilhões (R$ 185 bilhões), cerca de 11% a mais do que a proposta feita pelo britânico Barclays, e aceita pela direção do ABN AMRO em abril, que foi de € 64 bilhões (R$ 167 bilhões). O ABN comprou o Real em 1998 e o Sudameris cinco anos mais tarde.
Rumores – A novela da venda do ABN AMRO já se arrasta, oficialmente, desde 19 de março, quando o banco holandês e o Barclays confirmaram, de acordo com a agência de notícias Reuters, que estavam em discussões preliminares. Os boatos sobre as conversas, porém, existiam já em fevereiro.
Junto com estas notícias, vieram os temores de demissão. Falou-se já na eliminação de 20 mil postos de trabalho em todo mundo, entre demissões e terceirizações. No Brasil, o Real ABN conta com 31 mil funcionários.
“Essa espera gera um sentimento que a gente pode resumir em uma palavra ‘agonia’”, diz o diretor do Real ABN Marcelo Gonçalves. “Um banco que fala tanto em sustentabilidade, em preservação ambiental, precisa falar também em preservação do emprego”, acrescenta.
A intenção é acompanhar de perto o desenrolar das negociações. “O movimento sindical atua no governo federal, no ABN e nos bancos envolvidos. Queremos que, no momento da efetivação do acordo, independente dos envolvidos, seja incluída uma cláusula que garanta o emprego”, completa Gonçalves.
Fonte: André Rossi, Seeb SP