Conferência Mundial de Mulheres aprova ações para “romper as barreiras juntas”

Terminou neste domingo 7 de novembro em Nagasaki, no Japão, a 3ª Conferência Mundial de Mulheres da UNI-Sindicato Global (Union Network International, entidade sindical que reúne trabalhadores do setor de serviços de todo o mundo), que contou com a participação da Contraf-CUT. Sob a grande bandeira “Rompendo Barreiras Juntas”, delegações do mundo inteiro debateram temas e propuseram ações sobre migração e tráfico de mulheres, o impacto da crise financeira mundial sobre as trabalhadoras e o uso da mulher como arma de guerra.

A delegação da Contraf-CUT foi composta pela secretária de Políticas Sociais, Deise Recoaro, por Adriana Magalhães, Neiva Ribeiro e Rita Berlofa (do Sindicato de São Paulo) e Denise Correa (da Fetrafi/RS). A Conferência de Mulheres antecede o 3º Congresso Mundial da UNI, que começa nesta terça-feira 9 e vai até quinta, também em Nagasaki.

Leia aqui sobre o Congresso Mundial da UNI.

O tema da crise financeira foi introduzido na Conferência de Mulheres por Deise Recoaro, que falou sobre a falta de controle e regularização do sistema financeiro, que “irresponsabilidade vende até o que não existe” para manter seus altos lucros. Deise alertou sobre as consequências na vida de mulheres e crianças que sofrem com mais intensidade os efeitos da crise mundial.

“Essa crise financeira internacional, gerada com base num modelo econômico onde o que impera é a selvageria e não a sustentabilidade, que faz agravar no mundo a exclusão social, a discriminação e a xenofobia, traz também no seu conteúdo uma forte ameaça à democracia no mundo”, advertiu Deise em sua exposição em Nagazaki.

Neiva Ribeiro, do Sindicato de São Paulo, acrescentou em sua intervenção que “a crise revela as contradições de um sistema que está se auto-destruindo”, alertando para a necessidade de “termos de encontrar alternativas e juntar esforços internacionais para que nós trabalhadores não continuemos a sofrer os efeitos de crises que não foram geradas por nós”.

Mulheres como armas de guerra

Outro tema que chocou a todas as delegadas presentes foi o uso das mulheres como armas de guerra. A representante da República Democrática do Congo denunciou casos de estupros individuais e coletivos contra as mulheres vítimas das milícias e da guerra civil.

“Ouvimos relatos de soldados, após um estupro, limparem os órgãos genitais femininos com pano úmido na ponta dos fuzis para o estuprador seguinte. Além disso, obrigarem pais a manterem relações sexuais com suas filhas, mães com filhos, irmãos com irmãs, isso tudo para marcar território em uma disputa fatricida”, conta a secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.

Segundo Rita Berlofa, “a exposição da violência foi um momento avassalador, onde estupefatas ouvíamos os relatos da brutalidade cometida contra as mulheres e suas famílias em pleno século 21. Temos que gritar ao mundo o que está acontecendo, pois essa violência atinge não só aquelas mulheres, mas toda nossa civilização. Temos que envidar todos os esforços para pormos um fim a essa barbárie que nos rouba o direito de nos denominarmos humanos”.

Outro grande desafio apontado na conferência foi o de estabelecer e fazer respeitar a cota de 40% de participação de mulheres nos congressos e espaços de decisão da UNI, já a partir deste 3º Congresso Mundial, que começa nesta terça-feira 9.

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