Bancários do RJ e ES debatem rumos para trabalhador enfrentar impactos das reformas

A 19ª Conferência Interestadual dos Bancários e Bancárias do Rio de Janeiro e Espírito Santo foi aberta nesta sexta-feira, 14, no auditório do Sindicato carioca. Os debates centraram na necessidade de unidade da classe trabalhadora e na busca das formas de organização e comunicação com o povo brasileiro para enfrentar os impactos das reformas impostos pelo governo Michel Temer e sua base aliada no Congresso Nacional.

A presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Adriana Nalesso, falou da importância da campanha nacional da categoria diante de uma conjuntura política tão desfavorável. “A conferência deste ano se torna ainda mais importante para a categoria. Foi muito positivo o acordo de dois anos que garantiu direitos conquistados em nossa convenção coletiva. Mas vivemos hoje um governo de exceção. Vimos isto na votação da reforma trabalhista no Senado, quando fomos impedidos de entrar para acompanhar e pressionar a votação em plenário. Agora, o nosso objetivo central é organizar a luta em defesa de nossos direitos, combater um dos maiores ataques sofridos pelos trabalhadores e defender a democracia”, disse.

Nalesso lembrou ainda que uma batalha é travada no campo da comunicação social. “A mídia diz que as reformas vão gerar empregos, mas o que irá ocorrer são demissões para a contratação de mão-de-obra precarizada, remunerada por hora. O projeto deste governo derruba a renda de quem consome neste país, aumentando a miséria nas ruas, a desigualdade e a violência”, acrescentou.

Apesar do momento difícil, Adriana acredita ser possível organizar uma reação popular. “Eles querem desarticular nossa mobilização, desmantelar a organização sindical. Que força de negociação terá um empregado numa negociação direta contra o patrão sem o poder de negociação dos sindicatos? Nós temos a obrigação de continuar a luta contra a retirada de direitos, mesmo com a aprovação da reforma trabalhista. É possível dar a volta por cima”, destacou. A presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio ressaltou ainda que o golpe que derrubou o governo democrático de Dilma Rousseff envolve também o capital internacional, que está de olho no pré-sal e nas riquezas e recursos naturais do Brasil.

Bancários atingidos
O presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, disse que a condenação de Lula tem como objetivo não apenas tirar o líder das pesquisas de intenção de votos da eleição em 2018, mas tirar a atenção das pessoas dos efeitos perversos da reforma trabalhista.

“Não foi por acaso que o juiz Sérgio Moro decidiu pela condenação de Lula no mesmo dia em que foi aprovada a reforma no Senado, foi tudo combinado. Criaram um fato político, por via de uma condenação baseada em argumentos vazios, sem nenhuma prova, para tirar o foco dos efeitos perversos da reforma, para não levarmos este debate para a sociedade”, afirma.

A vice-presidenta da Contraf-CUT e diretora executiva da CUT Nacional, Juvandia Moreira, também criticou a decisão de Moro. “Estamos vivendo uma ditadura, a politização do poder judiciário, um atentado à nossa democracia”. A sindicalista atacou a precarização do trabalho imposto por Temer.

“Esta reforma regulariza o bico, precariza o trabalho e dificulta o acesso à Justiça do Trabalho. A empresa pode ‘pejotizar’, terceirizar, sem a presença dos sindicatos para negociar. Ninguém mais vai receber hora extra. Extinguiram a incorporação de função, que atinge em cheio, por exemplo, os funcionários do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que depois de dez anos de trabalho tinham este direito”, denunciou.

Unidade dos trabalhadores
O presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf-RJ/ES), Nilton Damião, o Niltinho, destacou a presença dos 13 sindicatos e dos bancários de base na Conferência. Defendeu ainda a reforma política, criticando as reformando trabalhista e da Previdência e lembrou que os bancos já estão se antecipando à nova legislação que retira direitos. “A Caixa, o BB e o Bradesco estão implementado PDVs (Planos de Demissão Voluntária) e isso já é o início da terceirização e da pejotização, que é demitir para contratar mão-de-obra precarizada”, disse.

Representantes das centrais sindicais, CUT, CTB, Intersindical e CSP Conlutas defenderam a unidade da classe trabalhadora para enfrentar o maior ataque aos direitos trabalhistas da história do país.

     > Leia entrevista com a vice-presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira

Mais informações nos site da Fetraf-RJ/ES.

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