Conferência da Fetraf RJ/ES debate conjuntura e saúde da categoria

Neste sábado, dia 14 de agosto, a 23ª Conferência Interestadual dos Bancários dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que teve participação expressiva de bancários e bancárias, tanto pelo aplicativo Google Meet, quanto pelo YouTube, debateu o momento atual político, de saúde e da categoria bancária.

A abertura da Conferência foi feita pelo Presidente da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro dos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Fetraf RJ/ES), Nilton Damião Esperança e pelo Secretário Geral, Max Bezerra, que leu, em seguida, o regimento interno que foi à votação, tendo sido aprovado por 79 votos a favor, nenhum contra e uma abstenção.

Foi exibido um vídeo em homenagem às vítimas da Covid-19, onde contou um pouco da história de vida dessas pessoas, inclusive, da categoria bancária.

A Presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, fez uma breve saudação, onde citou a necessidade de se debater o Brasil em que queremos viver e de estarmos sempre atentos a ataques aos direitos dos trabalhadores. Também citou a importância da Conferência na elaboração de propostas para a Conferência Nacional que vem a seguir.

Carlos de Souza foi o representante da CUT/Rio e agradeceu a homenagem aos companheiros de luta que se foram, vítimas da pandemia e da má condução do governo federal nesta questão.

Em seguida, apresentado pelo Diretor de Bancos Públicos em exercício, Danilo Funke Leme, Marcelo Freixo, Deputado Federal pelo PSB, agradeceu ao convite e disse da felicidade de estar num evento de uma categoria forte e importante. Inclusive, citou que seu primeiro emprego, antes de ser professor, foi como bancário. Freixo citou a urgência de se criar frentes amplas para se combater um governo fascista e autoritário. Também disse que a unidade dos movimentos sindicais e sociais é essencial, criando uma plataforma de luta em comum. “A eleição de 2022 será a mais importante de nossas vidas”, completou. O Deputado citou a constituição de 88, como um exemplo de como o cidadão deve encarar o momento atual, destacando que o nosso papel não é só de eleitor, mas de pessoas que devem lutar por nossos direitos. Por fim, citou o Rio de Janeiro, que precisa voltar a ser feliz. E, para isso, vai começar a rodar o estado e se reunir com trabalhadoras e trabalhadores. “Querer outro modelo de polícia e segurança pública é debater a democracia”, finalizou.

O representante da InterSindical, Idelmar Casagrande, também fez uma breve saudação e agradeceu o convite para participar da Conferência.

PALESTRAS

Maria Maeno, doutora em Saúde Pública e pesquisadora da FUNDACENTRO (Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho), deu início às palestras.

Maeno palestrou sobre “Covid e Ambiente de Trabalho”, e citou a importância da Covid-19 ser considerada como doença de trabalho. Também falou da necessidade da criação de comitês internos nas empresas, para a categoria estar, de alguma forma, respaldada. No fim, respondeu a algumas perguntas dos participantes da Conferência.

Fernando Benfica, doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal Fluminense (PPGE-UFF) e técnico do Dieese/RJ, palestrou sobre “Emprego bancário: dinâmica na última década e evolução recente”, e apresentou dados diversos dados da categoria. Falou da evolução

SINDICATOS FILIADOS

Representantes dos Sindicatos filiados à Fetraf RJ/ES (Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Espírito Santo, Itaperuna, Macaé e Região, Nova Friburgo e Três Rios) deram suas considerações finais.

PROPOSTAS

As propostas de contribuições para a 23ª Conferência Interestadual da Fetraf RJ/ES, foram:

– Apoio às mobilizações pelo Fora Bolsonaro, Mourão e pelo fim da política ultraliberal e entreguista de Paulo Guedes;
– Combater, denunciar e responsabilizar este governo pelos crimes ambientais e de omissão e negacionismo durante a pandemia que vitimou mais de meio milhão de pessoas;
– Construir e consolidar para 2022 com os partidos e movimentos sindicais e sociais um campo progressivo para que sejam revistas as Reformas da Previdência e Trabalhista; as privatizações da Eletrobrás, dos Correios e do Pré-Sal; o fim independência do Banco Central entre outras medidas que trouxeram prejuízo à classe trabalhadora e a economia;
– Valorizar nossa CCT com validade de 2 anos que neste momento possibilita à categoria ter a certeza de um reajuste com ganho real e a manutenção dos direitos conquistados em décadas de mobilizações, lutas e greves. Mas neste momento de pandemia é necessário construir, via acordo entre as partes;
– Minuta que garanta o retorno seguro ao trabalho com critérios claros, com condições seguras, um ambiente controlado (inclusive com instrumentos que afiram a qualidade do ar) e avaliação médica;
– Vacinação da categoria e dos/das trabalhadores/as de agência bancária – Se for pelo SUS lutar pela prioridade já no início do período estipulado pelo Governo Federal. E quando a iniciativa privada puder adquirir que os bancos as incluam em um calendário tal qual é a H1N1;
– Continuar estimulando a utilização de EPIs e obrigar os bancos a emitirem a CAT;
– Responsabilizar social e economicamente os empregadores pelos impactos na vida profissional dos/das bancários por causa das sequelas da COVID-19. Por isso, é fundamental incluir nas negociações o monitoramento e o acompanhamento de quem foi contaminado por COVID;
– Cobrar dos bancos o cumprimento CCT, em especial as Cláusulas: COMPLEMENTAÇÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA PREVIDENCIÁRIO e AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO e ADIANTAMENTO EMERGENCIAL DE SALÁRIO NOS PERÍODOS TRANSITÓRIOS ESPECIAIS DE AFASTAMENTO POR DOENÇA;
– Contestar o fim dos caixas, retirada das portas giratórias e retirada dos vigilantes nas unidades de negócios;
– Combater as demissões;
– Defender os bancos públicos;
– Defender a jornada de 6 horas.
– Estimular a inclusão dos/das trabalhadores/as do Ramo Financeiro nos estatutos dos sindicatos de base.

Já os principais eixos específicos e políticos da categoria bancária, são:

• Promoção de igualdade de oportunidades
• Defesa da jornada de 6 horas
• Fim das metas
• Defesa do emprego bancário
• Saúde do trabalhador
• Segurança bancária
• Trabalho remoto
• Isonomia
• Defesa dos bancos públicos
• Manutenção das homologações no sindicato
• Fora Bolsonaro/Mourão.
• Vacina para todos e todas.
• Pela revogação da Emenda Constitucional n° 95
• Pela revogação da reforma trabalhista
• Pela revogação da reforma da Previdência
• Pela revogação da terceirização
• Auditoria da Dívida Pública Já
• Pelo fim da discriminação e violência racial
• Pelo fim da violência contra as mulheres e a população LGBTQIA+
• Estatização do sistema financeiro
• Ratificação da Convenção 158 da OIT
• Defesa dos serviços públicos, do SUS e da Educação
• Não à Reforma Administrativa
• Pelo fim da autonomia do Banco Central

CONFERÊNCIA NACIONAL

Houve uma votação em relação ao encaminhamento à Conferência Nacional, das duas teses apresentadas na reunião. Foram 118 votos favoráveis, nenhum contrário e nenhuma abstenção.

ELEIÇÃO DE DELEGADOS E DELEGADAS

Uma chapa delegados e delegadas foi eleita para representar a Fetraf RJ/ES na 23ª Conferência Nacional dos Bancários, e também foi para votação. A chapa eleita foi aprovada com 116 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção.

O Presidente da Fetraf RJ/ES, Nilton Damião, fez as considerações finais e agradeceu a presença e participação de todas e todas: “É gratificante estar a frente de uma Federação com Sindicatos tão fortes e atuantes. Esta Conferência nos dá a certeza de que temos força e competência para alcançarmos nossos objetivos e representar com excelência a categoria bancária. Obrigado”

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