(Juiz de Fora) Em recente pesquisa, publicada pela Tribuna de Minas, dos dias 10 e 11 de setembro, sobre as melhores empresas para se trabalhar, vários bancos foram citados. Tal constatação fez com que nós, do Sindicato dos Bancários, sentíssemos uma mistura de orgulho e de revolta. Orgulho de saber que as nossas conquistas são tão significativas que representam um diferencial para o trabalhador. E revolta, ao ver estas conquistas serem tratadas como benefícios dados pelas empresas.
Os “benefícios” citados na referida reportagem não são concessões dos bancos. Eles foram conquistados em negociações coletivas e fazem parte das Convenções Coletivas de Trabalho (CCT), no caso dos bancos privados, e dos Acordos de Trabalho, para os bancos públicos, como Caixa Econômica e o Banco do Brasil.
Todo ano, no mês de setembro, são assinados um novo acordo e uma nova convenção. A partir de agosto, os bancários de todo país começam a se mobilizar através de seus sindicatos, para manter os seus direitos e agregar novas vantagens. Em nossa convenção existem 54 cláusulas específicas de direitos conquistados. Devemos estas vitórias a nossa luta e sobretudo a nossa organização.
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) é outra conquista a ser destacada. Só existe uma categoria que possui convenção nacional: os bancários. Ou seja, os mesmos direitos que valem para Juiz de Fora, valem para o Brasil todo. Através da Campanha Nacional conquistou-se vários benefícios, como:
– jornada de 6 horas, conquistada em 1933. Os bancários da Caixa tiveram esse direito em 1986;
– auxílio creche, em 1986;
– vale refeição, em 1990, e alimentação, em 1994;
– Plano de Saúde, em 1990;
– Participação dos Lucros e Resultados (PLR), em 1995;
– piso salarial nacional da categoria;
– adiantamento e complementação salarial para o bancário que está em benefício pelo INSS.
Neste ano as negociações com a Fenaban, entidade que representa os bancos, já começaram. Como é de costume, a nossa primeira resposta foi “Não” para todas as reivindicações. Eles nem sequer fizeram uma contra-proposta. Vale lembrar que os lucros dos bancos no primeiro semestre foram os maiores da história. Os banqueiros estão aguardando a nossa mobilização para ver até onde vão ceder. Ou seja, sem lutar a gente não ganha nada!
Se existe alguém que mereça todo reconhecimento pelas vantagens conquistadas é o próprio bancário. Aquele que se expôs, participou de assembléias, que lutou. Outros avanços virão. E só depende da categoria para consegui-los. Pois Unidos, conquistamos mais.
Fonte: Seeb Juiz de Fora