Comitê Nacional em Defesa da Caixa quer audiência com Miriam Belchior

Primeira reunião define novas ações contra abertura de capital do banco

O Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública, reunido nesta sexta-feira (6), em Brasília, protocolou um pedido de audiência com Miriam Belchior, presidenta do banco. A solicitação do encontro foi uma das principais resoluções da primeira reunião desse fórum, integrado pela Contraf-CUT, Fenae, CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas. O objetivo é reforçar a posição contrária a qualquer proposta de abertura de capital da empresa.

> Clique aqui para ler o ofício enviado à presidente da Caixa.

A reunião ocorreu na sede da Fenae e teve o objetivo de iniciar os debates sobre o calendário de novas mobilizações, no sentido de unificar e fortalecer o movimento em defesa do caráter 100% público da Caixa.

Ficou definido que o trabalho será desenvolvido em três etapas distintas e complementares, com ênfase para ações organizativas, de comunicação e de mobilização. Um consenso: essa luta não está restrita apenas à Caixa, mas envolve todas as empresas estatais e o conjunto da sociedade brasileira.

Novas mobilizações

Na questão organizativa, a prioridade será a criação de comitês estaduais, com prazo-limite até o dia 20 de março. O formato desses fóruns será igual ao do nacional, agregando ainda as entidades representativas dos empregados da Caixa.

Dois já foram constituídos, no Paraná e no Espírito Santo. Fundamental para isso, segundo os participantes da reunião de Brasília, é fomentar a articulação de entidades sindicais e associativas com os movimentos sociais. Outra meta é divulgar orientações para que sejam formadas frentes amplas de apoio à causa.

A área de comunicação também é vista como prioritária. Nesse particular, uma das ações será a realização de um “tuitaço” na semana do dia 23 de março. A data certa ainda será divulgada.

Outra proposta é a de produzir materiais específicos para os diversos públicos, de modo a estabelecer um diálogo permanente tanto com os empregados da Caixa quanto com amplos setores da sociedade brasileira. O desafio é continuar conquistando sempre mais.

Na etapa da mobilização, outro importante alicerce da campanha em defesa da Caixa 100% pública, as iniciativas serão adotadas com base em um calendário de ações. Além do pedido de audiência com a Miriam Belchior, e-mails serão encaminhados a parlamentares do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativa e das Câmaras Municipais.

Será divulgado ainda um manifesto com assinaturas de intelectuais ou personalidades de envergadura nacional, ficando definida ainda a necessidade de acompanhar a agenda da presidenta Dilma Rousseff e da presidenta da Caixa, para realizar manifestações em defesa da Caixa 100% pública.

Outra ação aprovada durante a reunião de Brasília do comitê nacional foi a de massificar o slogan “Eu defendo a Caixa 100% pública”, a ser divulgado em todo o material de comunicação produzido pelas entidades do movimento sindical e associativo.

Avaliação

Sob a coordenação da Fenae, o Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública voltará a se reunir na primeira quinzena de abril. O indicativo de data é o dia 10, em Brasília.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, ressaltou que é importante que a sociedade participe desse debate. “A Caixa é um patrimônio de todos os brasileiros. É fundamental que conscientizemos os empregados sobre a ameaça que representa a abertura de capital do banco, bem como ganhar a opinião pública”, afirmou.

Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, avaliou não ser tolerável o governo fatiar o banco no momento em que ele está em ampla expansão, levando-se em conta que só em 2014 o lucro alcançou a marca dos R$ 7,1 bilhões.

“Como a Caixa já sofreu outros ataques em outras épocas, e os empregados e a sociedade resistiram, mais uma vez há a capacidade de evitar esse risco para o Brasil e para os trabalhadores”, observou.

Emanoel Souza de Jesus, da CTB, acrescentou: “outra ação importante é entender, do ponto de vista jurídico, os passos que teriam que ser dados para abrir o capital da Caixa”.

Wilson Ribeiro, da CSP-Conlutas, frisou: “quanto à conscientização do público interno, ou seja, dos empregados do banco, é fundamental ressaltarmos que eles perderiam uma série de direitos e benefícios, coisas que outros bancários não têm hoje”.

Lizandre Borges, da Intersindical, informou: “a criação dos comitês regionais será essencial. No Espírito Santo, a primeira reunião vai ocorrer no próximo dia 16”.

Também participaram da reunião o vice-presidente da Fenae, Clotário Cardoso, e o diretor de Cultura da entidade, Moacir Carneiro. Eles também destacaram a importância da atuação do Comitê Nacional e da criação desses fóruns nos estados, no sentido de unificar e fortalecer a luta pela manutenção da Caixa 100% pública.

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