Mobilização marca pré-lançamento da Campanha “A Caixa é toda sua” em Brasília

Ato, realizado pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa, fortalece a luta contra a privatização do banco público

Em defesa do desenvolvimento sustentável do país e contra a privatização da Caixa, o pré-lançamento da campanha “A Caixa é toda sua” mobilizou empregados e empregadas do banco público, na manhã desta terça-feira (15), no edifício sede em Brasília, Matriz 3.

Organizado pelo Comitê Nacional em Defesa da Caixa, o ato contou com empregados da Caixa, entidades representativas de trabalhadores, representantes de entidades em defesa da moradia, parlamentares e defensores das empresas públicas do país. Com o mote a hastag #aCaixaétodasua, a atividade chamou a atenção da sociedade sobre a importância da instituição financeira como agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro.

“É importante dizer para cada trabalhador e trabalhadora aqui presente, em especial aos empregados e empregadas do banco público, que a Caixa está sob forte ameaça, porque o atual governo tem como política econômica, a venda das estatais e das empresas públicas. O que isso significa? A venda da Caixa significa não ter 82 mil empregados concursados, milhares de trabalhadores que prestam serviços para a estatal e, certamente, não teremos mais os financiamentos da casa própria. Ou seja, a venda da empresa significa a retirada da estatal da sociedade brasileira”, destacou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Para Sérgio Takemoto, vice-presidente da Fenae e secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), é de extrema importância observar o seguinte: não o que vai acontecer com a Caixa se a empresa for privatizada, mas sim o que já está acontecendo, que é o enfraquecimento do banco público. “A Caixa, até 2015 financiava o programa Minha Casa Minha Vida com 11 bilhões por ano, para o ano que vem só está previsto 2,4 bilhões, ou seja, é o fim do sonho da casa própria e do direito de todos os trabalhadores de ter uma moradia digna. Isso representa, não só um grande ataque às nossas organizações, mas um grande ataque à população mais carente e aqueles que precisam mais do Estado brasileiro”, apontou Takemoto.

A deputada federal Erika Kokay (PT/DF), também destacou sobre a importância da moradia digna e mencionou a mobilização do Movimento de Moradia Amora, presente no ato. “Esta comunidade não apenas conseguiu a dignidade da moradia, do próprio trabalho, mas construiu o movimento Amora, que tem a beleza e a doçura de uma amora, mas que tem a capacidade de resistir para que nós possamos ter a cidadania de todos os brasileiros e brasileiras. Isso significa que nós não temos cidadania sem ter uma casa. Que a Caixa continue existindo com a sua força. 98% da moradia de baixa renda é financiada pela Caixa”, ressaltou.

A Caixa para todos

Reconhecida como o banco dos brasileiros e agente das principais políticas públicas do país, a Caixa, além de empresa financeira, atua como indutor do desenvolvimento regional, principalmente nos municípios mais carentes do Norte e Nordeste. Vender o banco é parar programas e serviços como saneamento básico, financiamento estudantil (Fies), Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.

Para a presidente do Movimento Popular por Moradia do Distrito Federal e Região (Amora), Cristiane Pereira dos Santos, o movimento entende bem a importância da Caixa para que a população mais pobre também realize o sonho da casa própria. A Amora reúne pessoas como catadores de material reciclado e moradores de rua. “Só conseguimos acessar qualquer programa habitacional por meio da Caixa. O sistema bancário é proibitivo para nós. Muitas vezes a gente não consegue nem entrar nas agências de bancos privados. Mas na Caixa, como tem essa vocação de ser um banco popular, ela atende nosso público que tem muita dificuldade de bancarização e financeira”, contou Cristiane.

Com 158 anos de atuação, a Caixa construiu uma família entre seus empregados. Só quem trabalha na instituição entende o orgulho de pertencer a algo tão importante. A campanha #ACaixaétodasua quer atingir esse público, como a Ane Carolina Resende. Empregada da Caixa desde 2012, atualmente ela atua na Centralizadora Nacional de Operação de Fundos Garantidores e Sociais (Cefus) e conhece bem os programas sociais da instituição. “Eu participo do programa Minha Casa minha vida e a Caixa oferece todo atendimento aos brasileiros, deste e outros programas de habitação, que é o grande desejo da população. Eu só tenho a agradecer, sou muito feliz aqui”, afirmou Ana, durante o ato.

Há 11 anos na Caixa, Wagner Nunes de Oliveira ainda não estava na empresa quando precisou do FIES. Agora, ele tem orgulho em poder retornar ao banco e desta vez como empregado da área de logística. “A Caixa é muito importante porque deu minha vida. Eu utilizei o FIES e sei que é um programa que presta um serviço muito importante para quem quer estudar. A Caixa é essencial para quem quer uma qualificação. E por isso sou feliz de trabalhar aqui e contribuir para o desenvolvimento de tantos brasileiros”, contou no pré-lançamento da campanha.

Lançamento nacional

A campanha contra a privatização da Caixa ganhará as ruas a partir da semana que vem. Formam o Comitê Nacional: Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Federação Nacional dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag), Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (Fenacef), Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef), Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aneac), Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa), Associação Nacional dos Técnicos Sociais e Assistentes de Projetos Sociais da Caixa Econômica Federal (Social Caixa), Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec) e Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU), além das centrais sindicais CUT, CTB, Intersindical, CSP/Conlutas e UGT.

Fonte: Contraf-CUT

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