Fazenda dos horrores, essa foi pauta da reunião da Comissão da Verdade da Escravidão Negra do Brasil da OAB-RJ, realizada nesta segunda-feira (9), em conjunto com a Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ. A Fazenda Santa Eufrásia, em Vassouras, no interior do Rio de Janeiro, era conhecida nos tempos da escravidão pela brutalidade com que tratavam os escravizados. Segundo Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT e representante da entidade na Comissão da Verdade, a fazenda realiza um verdadeiro festival dos horrores, retratando a população negra local como escravos para saciar a ganância dos donos da fazenda através deste tipo de turismo, pior, a atração dos horrores consta no mapa da cultura do Rio de Janeiro. “Esta fazenda é a única particular tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Rio de Janeiro (Iphan-RJ) no Vale do Café, construída por volta do ano de 1830”, informou.
Segundo Marcelo Dias, presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil e da Comissão de Igualdade Racial de OAB-RJ, no Brasil, o racismo é um crime inafiançável e a ONU também o classificou como um crime imprescritível contra a humanidade. “Ao reproduzir fatos lamentáveis do período escravocrata, ela se coloca contra o tratado internacional que o prevê como um crime contra humanidade. Nós iremos fazer denúncias e mobilizar não só o MP (Ministério Público), mas também o poder judiciário para interromper essa prática criminosa que nós não admitimos”, explicou.