Comando Nacional defende unidade e mobilização para avançar nas conquistas

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, abre a 12ª Conferência Nacional

Renata Ortega
Rede de Comunicação dos Bancários

Os bancários de todo o país foram convocados na noite desta sexta-feira 23, a participar ativamente da Campanha Nacional 2010 para fortalecer e unificar a luta para avançar nas conquistas. O chamado à união e organização da categoria foi feito pelo Comando Nacional e aconteceu na solenidade de abertura da 12ª Conferência Nacional dos Bancários. Os dirigentes sindicais reafirmaram temas prioritários para este ano: mais emprego, aumento real, fim das metas abusivas e do assédio moral, e melhores condições de saúde, segurança e trabalho.

A Conferência continua neste sábado, com análise da conjuntura política e econômica em que se desenvolverá a Campanha Nacional, discussões em grupo sobre emprego, remuneração e previdência, saúde do trabalhador e segurança bancária e sistema financeiro nacional.

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“No ano passado, os bancários me perguntavam o motivo da subdivisão da campanha em eixos e se seria possível avançar daquela maneira. Nós mostramos que era possível mudar a realidade, pois conquistamos aumento real, 15 mil novos empregos nos bancos públicos, os mesmos direitos para casais homoafetivos, além da ampliação da licença-maternidade”, afirmou Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT, na cerimônia de abertura.

“Mas é preciso avançar ainda mais”, completou, apontando a importância da discussão sobre o fim das metas, melhores condições de trabalho e saúde e previdência complementar. O presidente da Contraf-CUT propôs ampliar a unidade da categoria, chamando as entidades que ainda não integram o Comando Nacional a unificar a pauta de reivindicações e o calendário de mobilização.

O dirigente sindical ainda defendeu a participação dos bancários no processo eleitoral, mostrando a diferença de projetos em disputa. “Um deles pretende privatizar os bancos federais, o que nós não vamos permitir. Por isso, apoiamos a candidatura da Dilma, que é a melhor para o país”, completou Carlos Cordeiro.

‘Bancários contribuem para as transformações do país’

“Temos uma responsabilidade muito grande neste fim de semana: discutir os rumos da campanha salarial dos bancários de norte a sul do país. Estamos representando mais de 400 mil trabalhadores”, afirmou o presidente da Federação dos Bancários do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Fabiano Paulo da Silva Júnior. “Temos debates muito importantes pela frente, mas tenho certeza de que sairemos daqui com uma pauta de reivindicações que agregará novos valores à categoria”, saudou Fabiano.

Esteve presente também na solenidade o presidente da CUT-RJ, o bancário Darby de Lemos Igayara, que ressaltou a importância da Conferência como um momento de agregar forças e o destaque que a categoria bancária assume no cenário nacional. “Não se trata apenas de uma luta corporativa ou de mais uma campanha salarial. Os bancários têm feito parte da história do Brasil, contribuindo para as transformações e melhorias do país.” Igayara também destacou o momento político atual, em que os rumos do país serão decididos em breve.

O futuro do Brasil

Ao considerar o cenário político, os representantes dos trabalhadores lembraram a importância da sociedade brasileira em não permitir o retrocesso do país. “O Brasil vive um momento de destaque, sendo referência tanto internacional – foi um modelo de superação da crise econômica, integra o G20 – quanto nacional – o PIB brasileiro tem expectativas de crescer 7% este ano, milhões de brasileiros saíram da pobreza e 90% das categorias que já fecharam acordo conquistaram ganho real”, afirmou a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira.

“No entanto, quando observamos o Sistema Financeiro Nacional, percebemos que ele continua bastante concentrado. Os três maiores bancos detêm 79% dos depósitos no país, os mesmos que lucraram R$ 9,5 bilhões apenas no primeiro trimestre do ano. Esse valor seria suficiente para a construção de 1,3 milhão de moradias populares. Em seis anos, daria para acabar com o déficit habitacional no Brasil. Os resultados exorbitantes dos bancos precisam ser revertidos em uma política de desenvolvimento econômico nacional”, frisou Juvândia.

Diante desse contexto, ela ponderou a importância da categoria ter em mente a diferença entre os dois projetos políticos que estão disputando as eleições 2010: de um lado, o projeto neoliberal e, do outro, a continuidade do Governo Lula.

Rio acolhe e inspira unidade nacional

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar, destacou o aniversário de 80 anos da entidade e desejou que “o Cristo Redentor na sua generosa pretensão de acolher a todos que aqui vivem e passam nos incentive a acolher a todos que venham a abraçar a nossa causa”. Ele usou vários símbolos e encantos da cidade maravilhosa que o Brasil conhece e admira para inspirar e relacionar com a luta dos bancários e dos trabalhadores, “para que possamos exaltar a vida, a luta e a nossa capacidade de vencer os obstáculos”.

Almir destacou que os lucros dos bancos permitem atender as reivindicações dos bancários, garantir igualdade de oportunidades e melhores condições de saúde, segurança e trabalho.

“Estamos felizes de receber o Brasil, especialmente neste ano onde o Sindicato completa 80 anos. Quero em nome da nossa diretoria, em nome dos bancários e bancárias do Rio, renovar o nosso compromisso com a unidade nacional, com a luta dos bancários, com a luta dos trabalhadores e com a luta do povo brasileiro. Nestes 80 anos nunca nos ausentamos e assumimos com o Brasil o compromisso de continuarmos esta trajetória de permanente presença nas lutas pela construção de um país justo, fraterno e solidário”, disse Almir.

“Estivemos, estamos e estaremos sempre na luta”, concluiu o presidente do Sindicato do Rio.

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