Após dois dias de negociações, a federação dos bancos (Fenaban) não trouxe nenhuma nova proposta ao Comando Nacional dos Bancários.
Em rodada realizada na quinta-feira (23), a Fenaban recuou e afirmou que não haverá mais retirada de direitos nem supressão de cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). No entanto, na sexta-feira (24), apesar de o Comando estar desde o início do dia aguardando a negociação, os bancos só iniciaram a rodada por volta de 23h, que se arrastou até a madrugada do sábado. A pausa de quinta para sexta foi solicitada pela Fenaban para fazer consultas às instituições financeiras que mantiveram o aumento real de 0,5% sobre salários, vales, auxílios, valores fixos da PLR, já rejeitada na rodada do dia 22.
Diante dessa situação que se arrasta, o movimento sindical cobrou a ultratividade (acordo que garante os direitos até o fim das negociações) e os bancos chamarão uma nova rodada para este sábado (25), para dar a resposta. As mesas específicas do Banco do Brasil e da Caixa Federal só serão retomadas após finalizada a Fenaban.
Na quarta-feira (29), em todo o Brasil, os bancários realizarão assembleias para definir os rumos da campanha. “É absurdo o setor que mais lucra no Brasil, com todos os indicativos dos balanços em alta, querer pagar aumento real de 0,5%, muito abaixo da média de 0,94% de outros setores da economia bem menos lucrativos no primeiro semestre deste ano”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro e uma das coordenadoras do Comando.
“Apostamos no processo de negociação, mas os bancos estão enrolando e devendo respostas mais claras sobre a garantia dos direitos e aumento real maior para salários e demais verbas”, criticou Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, também coordenadora do Comando.