Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
A Previdência Social registrou, em 2010, déficit de R$ 44,3 bilhões. De acordo com o resultado do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), apresentado hoje (31), houve queda de 4,5% em relação ao déficit de R$ 46,4 bilhões registrado em 2009. Os valores foram corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A arrecadação líquida da Previdência foi de R$ 217,52 bilhões no último ano, o que representa um crescimento de 10,7% em relação a 2009. De acordo com o Ministério da Previdência Social, foi a maior arrecadação desde 2001.
Outro crescimento relevante se deu em relação ao pagamento de benefícios previdenciários, o maior desde 2006. O pagamento de benefícios totalizou R$ 261,87 bilhões em 2010, aumento de 7,8% em relação a 2009.
De acordo com o secretário de Políticas de Previdência Social, Leonardo Rolim, o aumento da arrecadação previdenciária “foi resultado do crescimento econômico, da geração de emprego e do aumento da renda dos trabalhadores”. Além disso, a previdência do setor urbano fechou o ano com superávit de R$ 14,9 bilhões, 77% a mais que em 2009. A receita foi de R$ 212,6 bilhões e a despesa com pagamento de benefícios, de R$ 197,7 bilhões.
Se nas cidades a Previdência Social arrecada mais do que paga em benefícios, no campo a situação é inversa. A previdência rural registrou déficit de R$ 52 bilhões em 2010. A arrecadação foi de R$ 4,9 bilhões, apenas 0,3% maior que a registrada em 2009. Porém, as despesas com pagamento de benefícios foram de R$ 55,3 bilhões, um crescimento de 7,3% sobre os gastos do ano anterior.
“A previdência urbana é superavitária. Os número foram os melhores da década no ano de 2010. A previdência rural, realmente, tem um déficit muito grande que, inclusive, tem crescido nos últimos anos. Nossa Constituição deixa claro que a previdência rural deve ser custeada não apenas com as contribuições previdenciárias, mas com as demais contribuições da seguridade social”, explicou Rolim.
O secretário também fez um comentário sobre o impacto que o aumento do salário mínimo pode provocar nas contas da Previdência. “O impacto do aumento de cada real na Previdência Social é de R$ 180 milhões. Para fazermos uma projeção dos resultados da Previdência, dependemos do valor do salário mínimo. Só depois de aprovada a medida provisória pelo Congresso é que poderemos ter uma estimativa de resultado para o ano.”