Maria Cristina Frias
Colunista da Folha de São Paulo
O resultado do ano de 2009 que a Caixa Econômica Federal divulga hoje mostrará que a inadimplência seguiu a trajetória de queda, apesar do aumento da oferta de crédito.
“O banco emprestou mais e com menor risco. A qualidade do crédito tem melhorado”, diz Márcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa.
“Cresceu o nível de emprego e renda da população. Havíamos apostado que seria assim.”
O atraso no pagamento acima de 90 dias na carteira de crédito total era de 2,4% em dezembro de 2008, passou a 2,9%, entre março e abril, e fechou dezembro passado com 2,2%.
Dados do Banco Central apontam que a inadimplência no mercado subiu de 3,2% em dezembro de 2008 para 4,4% no final de 2009.
A Caixa, que em dezembro de 2008 tinha 69,9% de clientes de nível AA, considerado de boa qualidade de crédito, passou a 78,6% no final do ano passado.
O resultado do banco em 2009 foi considerado bom, “principalmente em um ano difícil como foi 2009”, diz Percival, que não quis revelar o lucro obtido pela instituição.
“Foi alinhado com outros anos. Nossa preocupação não é com taxa de lucro, mas com a sustentabilidade financeira do banco. Consolidamos nossa estratégia de banco público.”
O banco atingiu a marca de 50 milhões de clientes. Com conta-corrente são 18 milhões de pessoas, o que representa crescimento de 20% no ano passado. O banco ganhou participação de mercado. Em 2009, subiu de 6,5% para 8,9%.
O estoque de crédito (número de operações X volume financiado) subiu para 55,3%.
Houve diversificação nos serviços oferecidos -como no crédito, que antes só havia oferta de financiamento imobiliário- e também na clientela da instituição, diz Percival. O foco, porém, continua na baixa renda. Uma fatia de 66% dos clientes ganha até R$ 700 por mês.