Depois da manifestação com centenas de milhares pela paz e contra os paramilitares realizada, no dia 6 de março último, em Bogotá e em mais de 20 outras cidades da Colômbia em repúdio às criminosas ações encobertas pelo governo de Álvaro Uribe, foram assassinados quatro sindicalistas no país.
A liderança do sindicato dos professores, ASINORT, de Santander, Carmen Carvajal; o membro da Comissão Nacional de Educação da Central Unitária de Trabalhadores, CUT, de Bogotá, Leônidas Rozo e o dirigente do Centro de Estudos e Investigações Docentes de Antioquia, Gildardo Gómez, foram assassinados nos últimos dias, “na tentativa de calar a voz dos trabalhadores até pelo extermínio físico”, denunciou em comunicado a CUT colombiana. O diretor da União Nacional de Empregados Bancários, UNEB, Rafael Boada (que esteve na Contraf-CUT no ano passado, durante a 3ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais de Bancos Internacionais) também sofreu um atentado, mas sobreviveu.
A Colômbia apresenta os piores índices de violência contra sindicalistas em todo o mundo. Os trabalhadores organizados, apesar da intimidação e dos crimes perpetrados contra o movimento, dão o tom da luta contra a subserviência do governo aos interesses norte-americanos. Segundo dados da Escola Nacional Sindical (ENS), reconhecida entidade dedicada a estudar os direitos trabalhistas na Colômbia, foram 2.574 os homicídios de sindicalistas cometidos desde 1985. Durante o governo de Álvaro Uribe, a ENS documentou mais de 400 homicídios e mais de 1.300 ameaças contra sindicalistas.
Nos últimos 20 anos, os paramilitares perpetraram mais de 3.500 massacres e expulsaram mais de quatro milhões de trabalhadores do campo e da cidade, se apropriando de aproximadamente seis milhões de hectares de terras, informou o Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado, que convocou a Marcha que reuniu mais de 200.000 pessoas em Bogotá, no dia 6.
Ivan Cepeda, dirigente do Movimento, destacou que apesar do desarmamento de milhares de paramilitares nos últimos anos, num processo negociado com o governo de Uribe, hoje os bandos atuam sob novos nomes e mudaram os locais de funcionamento, mas continuam na ativa.
Milhares de pessoas se solidarizaram com os trabalhadores vítimas da ingerência norte-americana na Colômbia em mais de 150 cidades do mundo.
Fonte: www.horadopovo.com.br