Valor Online
BRASÍLIA – O Conselho Monetário Nacional (CMN) pode aprovar amanhã medidas para redução dos spreads bancários. A informação é do presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, ao afirmar que a queda do custo financeiro no país passa pelo restabelecimento da capacidade de bancos pequenos e médios de concederem crédito.
No Congresso, Meirelles disse que a Comissão da Moeda e do Crédito (Comoc) se reúne hoje para preparar a pauta do CMN, onde assuntos ligados a juros e spreads serão discutidos. O spread bancário é a diferença entre o custo de captação do banco e a taxa do empréstimo a seus clientes. O spread no Brasil é avaliado como um dos mais elevados em todo o mundo.
Meirelles não adiantou, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, quais medidas o governo deve submeter ao CMN.
Mas sinalizou que o aumento da competitividade de bancos pequenos e médios é fundamental. ” Isso vai passar pela capacidade de bancos pequenos captarem depósitos ” , o que ficou difícil com a crise de liquidez internacional desde setembro de 2008. ” É importante restabelecer ” o crédito nas instituições de pequeno porte, que cumprem o papel de atender a nichos significativos da economia, lembrou o presidente do BC.
Ele citou ainda que quase 50% do crédito no país é fornecido por bancos públicos, que passaram a ter uma postura ” mais agressiva ” nesse período de crise global. E reiterou aos parlamentares a importância da aprovação do Cadastro Positivo, que permitirá a redução de taxas ao cliente bancário de bom cadastro.
Questionado pelos senadores sobre possível alteração no rendimento da caderneta de poupança, em função da tendência de continuidade de queda do juro básico Selic, o presidente do BC disse não ter dúvidas de que, ” mais à frente ” , a mudança será necessária. E lembrou que cabe ao Congresso Nacional mudar a legislação atual que atrelou o rendimento da poupança à Taxa Referencial (TR) mais juros de 6% anuais.