(São Paulo) A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados realizará audiência pública para discutir as conseqüências da fusão dos bancos Barclays (britânico) e ABN Amro (holandês).
A audiência será realizada a pedido do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), já que o negócio resultará no quinto maior banco do mundo em valor de mercado, com 220 mil funcionários e 47 milhões de clientes. A principal questão é a situação, no Brasil, dos trabalhadores da nova instituição financeira. "Os dois bancos anunciaram que a fusão provocará a demissão de 12.800 bancários, enquanto outros 10.800 cargos serão terceirizados", afirma. Na reunião, também devem ser debatidas as conseqüências da fusão para a economia nacional e para os consumidores.
Para Deise Recoaro, diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionária do ABN Real, esta audiência será importante para tornar público o debate. “A defesa do emprego é uma questão que afeta toda a sociedade e por isso é preciso envolvê-la na discussão. Não podemos deixar que essa questão fique apenas no campo dos acionistas”, sustenta. “Além disso, estamos buscando comprometer os representantes do povo, parlamentares e principalmente o governo na defesa do emprego no ABN Real”, conclui.
Devem participar da reunião representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, do Banco Central; o executivo-chefe do banco Barclays, John Varley; o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos; o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Vagner Freitas; o presidente executivo do Banco Real/ABN Amro Bank e presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Fábio Barbosa; e o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos, Oded Grajew. A data da audiência ainda será definida.
Fonte: Contraf-CUT, com Agência Câmara