Um cliente foi assassinado a tiros na tarde desta quarta-feira (15) no centro do Rio de Janeiro ao reagir ao tipo de assalto conhecido como “saidinha de banco”. Os dois bandidos que o atingiram foram baleados logo em seguida por uma dupla de PMs que fazia patrulhamento na área do crime.
Os ladrões haviam roubado um malote com R$ 7 mil sacados pela vítima, que era policial militar e estava à paisana. Os assaltantes foram detidos com três pistolas, incluindo uma que pertencia ao morto.
O assassinato ocorreu às 15h45 na Rua da Quitanda, perto da esquina com a Rua Sete de Setembro. Houve correria e um ambulante foi atingido na perna direita por uma bala perdida. Ao tentar se proteger dos disparos, um funcionário de um escritório caiu e quebrou um braço.
“Os bancos se negam a investir em segurança e o resultado desse descaso aí está. Todos os dias há vítimas de assaltos em ‘saidinhas de banco’. O movimento sindical luta contra essa postura cruel dos banqueiros, em defesa da vida dos trabalhadores e clientes dos bancos”, disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar.
A identificação do policial assassinado não foi divulgada. O caso está sendo investigado pelo Divisão de Homicídios.
O diretor da unidade, delegado Rivaldo Barbosa, disse que os ladrões foram atendidos no Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro. Um deles foi operado à noite. O outro, atingido numa perna, passava bem.
– Estamos buscando imagens de câmeras de segurança para apurar se outros bandidos participaram do crime – disse Barbosa.
TIROTEIO CAUSA PÂNICO ENTRE PEDESTRES E COMERCIANTES
O tiroteio aconteceu num momento em que a Rua da Quitanda estava cheia de pedestres e com grande movimento dentro das lojas. Logo após os disparos, vários estabelecimentos do trecho entre as ruas da Assembleia e Sete de Setembro fecharam as portas. Um vendedor de uma loja de roupas que via revistas numa banca de jornais contou que ficou em pânico quando começou o confronto entre os assaltantes e os policiais militares.
– Fui até a loja para me proteger, mas a porta já havia sido fechada. Corri de volta para a banca e acabei passando ao lado dos bandidos em fuga – contou o vendedor, ainda amedrontado.
O assassinato do PM ocorreu em frente a uma lanchonete. Um funcionário do estabelecimento disse que clientes se desesperaram diante da cena.
– A casa estava cheia. No momento do primeiro disparo, várias pessoas deram alguns passos para fora da lanchonete para tentar ver o que estava acontecendo. Mas, a partir do segundo tiro, todo mundo voltou para dentro, tentando se proteger. Muitos clientes deitaram no chão – lembrou o funcionário, que pediu para não ser identificado.
Mais de 15 disparos foram feitos na área. Guardas municipais recolheram dois pentes com balas de pistola que estavam com a vítima, além de maços de dinheiro. Segundo testemunhas do assassinato, o policial foi atingido por dois tiros, um deles à queima-roupa, na cabeça.
OUTRA MORTE
No dia 17 de julho, houve um outro assassinato durante uma saidinha de banco: Maria Cristina Bittencourt Mascarenhas, a Tintim, de 66 anos, uma das donas do restaurante Guimas, na Gávea, foi baleada na cabeça na Praça Santos Dumont, no mesmo bairro. Ela havia sacado R$ 13 mil para um pagamento de funcionários.
Um mês depois, a polícia prendeu Wendel dos Santos Gomes, o Negão, de 34 anos, apontado como o autor do disparo, e outras três pessoas acusadas de participação no crime.