(Rio) Um cliente do Santander foi surpreendido pelo débito em sua conta corrente da parcela de um seguro que ele não contratou. O seguro residencial, com ampla cobertura, foi parcelado em cinco vezes e a primeira prestação passou despercebida até que a apólice chegou pelo correio. Só então o correntista foi consultar o extrato e verificou o desconto.
Ao entrar em contato com o banco e solicitar o cancelamento da apólice, o cliente foi informado de que o estorno levaria 5 dias para ser feito. Como os extratos bancários são tarifados, o correntista só consultou as movimentações de sua conta quando recebeu a apólice. Isto deu ao banco um total de 17 dias para investir na ciranda financeira o dinheiro debitado.
Securitários
A Federação dos Bancários do RJ e ES consultou a Federação Nacional dos Securitários para entender como este procedimento é feito. A Feeb foi informada de que a operação é permitida pelos sistemas dos bancos e que a apólice é válida a partir do desconto da primeira parcela. O tipo de seguro contratado é de risco mínimo para a seguradora, não requer preenchimento de perfil do segurado, nem vistoria do bem. Dificilmente esta operação seria feita para um seguro de alto risco, como o de automóveis.
Adolfo Lima, secretário geral da Federação Nacional dos Securitários (Fenespic), informa a posição da entidade: “O seguro não pode ser feito desta maneira, sem que o segurado tome conhecimento. A Fenespic é totalmente contra este tipo de negócio”. O diretor acredita que, pelo tipo de produto que foi “empurrado” para o cliente, trata-se de uma operação realizada por um funcionário do banco para atingir metas de vendas. “Seguro tem que ser feito por corretor de seguros, não por bancário”, destaca o sindicalista.
Denúncia
O correntista lesado não se deu por satisfeito com a promessa de devolução do dinheiro debitado de sua conta. Depois de falar com a Seguradora, deu queixa no Procon e protocolou denúncia contra o Santander Banespa Seguros na Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj.
Fonte: Feeb RJ/ES