CineBancários resgata filmes de Lucia Murat no mês da mulher em Porto Alegre

Para comemorar o 8 de março, Dia Internacional da Mulheres, o CineBancários exibe a obra de uma das mais importantes e cineastas brasileiras, Lúcia Murat, em Porto Alegre. A mostra, intitulada Doces Poderes, tem entrada franca e fica em cartaz entre os dias 15 e 25, com sessões sempre às 15h, 17h e 19h.

Lúcia construiu ao longo dos últimos 20 anos uma filmografia marcada pela crítica política e forte engajamento social, como o documentário Que Bom Te Ver Viva, sobre mulheres torturadas pela ditadura militar.

Além deste premiado título, ainda serão exibidos os filmes Doces Poderes (1997), Brava Gente Brasileira (2000), Quase Dois Irmãos (2005) e Maré, Nossa História de Amor (2007).

A mostra Doces Poderes é uma realização do SindBancários, CineBancários e SESC, com apoio da FetrafiRS, ApcefRS, CUT-RS, Marcha Mundial das Mulheres, Sindicato dos Enfermeiros do RS, Liga Brasileira de Lésbicas, Coletivo Feminino Plural, Rede Feminista de Saúde, Maria Mulher e Sindsepe RS.

Clique aqui para ver a programação do CineBancários.

Sinopses dos Filmes

Que Bom Te Ver Viva, de Lucia Murat (Brasil, 1989, 90 minutos) . Com Irene Ravache.

Misto de documentário e ficção que mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima (Irene Ravache), alinhavado pelos depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência da tortura.

Doces Poderes, de Lucia Murat (Brasil, 1997, 97 minutos). Com Marisa Orth, Antônio Fagundes e Otávio Augusto.

Bia (Marisa Orth) é uma jornalista que chega a Brasília para assumir, durante o período eleitoral, a chefia da sucursal da principal rede de TV do país. O antigo diretor está deixando o cargo para chefiar a campanha de um jovem candidato a governador, que é apoiado por políticos conservadores.

Metade dos profissionais da sucursal também está deixando o local, pelos mais variados motivos, entre eles a crise econômica pela qual passa o país e a falta de perspectiva do fim do século. Ácida crítica à indústria das campanhas políticas no Brasil, inspirada pelo processo de construção midiática de Fernando Collor, de resultados desastrosos para o país.

Brava Gente Brasileira, de Lucia Murat (Brasil, 2000, 103 minutos). Com Floriano Peixoto, Buza Ferraz, Luciana Rigueira e Leonardo Villar.

Pantanal, 1778. Um grupo de soldados acompanha Diogo (Diogo Infante), cartógrafo recém-chegado, enviado pela Coroa Portuguesa para fazer um levantamento topográfico da região. O grupo se encaminha para o Forte Coimbra, que vive em guerra com os índios cavaleiros, com os quais os portugueses tentam selar um acordo de paz.

No caminho do forte, um batedor descobre um grupo de mulheres índias tomando banho perto do rio. Elas são estupradas pelos soldados e também por Diogo, forçado por Pedro (Floriano Peixoto), chefe do grupo, a participar do ato. Chegando ao Forte, Diogo é obrigado a se de frontar com esse novo mundo, a crescente ferocidade de Pedro, a fantasia de Antônio (Buza Ferraz) em encontrar minas de prata e a estranha cultura dos índios cavaleiros. Visão de um dos mais violentos episódios da colonização portuguesa no país, a partir do olhar das mulheres indígenas, em filme lançado durante as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil.

Quase Dois Irmãos, de Lucia Murat (Brasil, 2005, 102 minutos). Com Caco Ciocler, Werner Schünemann, Flávio Bauraqui e Maria Flor.

Miguel é um Senador da República que visita seu amigo de infância Jorge, que se tornou um poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro , para lhe propor um projeto social nas favelas. Apesar de suas origens diferentes eles se tornaram amigos nos anos 50, pois o pai de Miguel tinha paixão pela cultura negra e o pai de Jorge era compositor de sambas.

Nos anos 70 eles se encontram novamente, na prisão de Ilha Grande. Ali as diferenças raciais eram mais evidentes: enquanto a maior parte dos prisioneiros brancos estava lá por motivos políticos, a maioria dos prisioneiros negros era de criminosos comuns. Um dos melhores dramas políticos do cinema brasileiro recente, valorizado por excelentes atuações do elenco.

Maré, Nossa História de Amor, de Lucia Murat (Brasil/França/Uruguai, 2007, 105 minutos). Com Cristina Lago, Babu Santana e Marisa Orth.

A favela da Maré, no Rio de Janeiro, é dividida pela briga pelo poder no tráfico de drogas. Analídia (Cristina Lago) é a filha de um dos chefes, que está atualmente preso. Jonatha (Vinícius D’Black) é o MC da comunidade e também irmão de Dudu (Babu Santana), que disputa o poder com o pai de Analídia.

O sonho de Jonatha é gravar um CD, mas ele reluta em aceitar a proposta de Dudu para financiar sua produção, já que o dinheiro viria do tráfico. Jonatha e Analídia vivem em famílias rivais e se apaix onam ao se conheceram no grupo de dança da comunidade, coordenado por Fernanda (Marisa Orth). Transposição da tragédia de Romeu e Julieta para a favela carioca.

Olhar estrangeiro, de Lucia Murat (Brasil, 2005, 70 minutos)

Olhar Estrangeiro é um filme sobre os clichês e as fantasias que se avolumam pelo mundo afora sobre o Brasil. Baseado no livro “O Brasil dos Gringos”, de Tunico Amâncio, o documentário mostra a visão que o cinema mundial tem do país.

Filmado na França (Lyon e Paris), Suécia (Estocolmo) e EUA (Nova York e Los Angeles), o filme, através de entrevistas com os diretores, roteiristas e atores, desvenda os mecanismos que produzem esses clichês. Com depoimentos de Michael Caine, Hope Davis, Zalman King, Jon Voight, Philippe de Broca, Robert Ellis Miller, entre outros.

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