Cerca de 400 agências fechadas no 11º dia de greve dos bancários no Ceará

Os bancários do Ceará encerraram a segunda semana de greve da categoria com uma adesão cada vez mais forte e crescente. Nesta sexta-feira (16), 11º dia da paralisação, 395 das 567 agências existentes no Estado estavam fechadas, representando 70% de adesão ao movimento.

 

 Em Fortaleza, das 262 agências, 178 paralisaram, uma adesão de 68%. Já no Interior, 217 das 305 unidades existentes permaneceram fechadas, o que representa adesão de 71%. Os números demonstram a indignação dos bancários com o descaso dos banqueiros que há mais de 20 dias não apresentam qualquer proposta para avaliação da categoria.

 

Durante todo o dia, a equipe de reportagem do jornal Tribuna Bancária, do Sindicato dos Bancários do Ceará, percorreu vários corredores bancários da cidade e comprovou a força da greve na capital. Foram visitados bairros como Meireles, Aldeota, Bairro de Fátima, Dionísio Torres e Centro, onde a paralisação, nos bancos públicos e privados, é forte e espontânea.

 

 “Os banqueiros insistem em manter a intransigência e continuam em silêncio. Já se vão duas semanas de total desrespeito não só com a categoria, mas também com a sociedade. Foram eles que nos empurraram para a greve e são eles que nos forçam a permanecer nela. Com os altos lucros, os bancos podem, sim, nos conceder aumento real, além de uma proposta digna”, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra.

 

Silêncio – A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) até o momento não se manifestou e não há perspectivas de retomada das negociações. Os banqueiros insistem na proposta rejeitada: reajuste de 5,5%, abaixo da inflação (9,89%), e abono de R$ 2.500,00. Este reajuste representa para a categoria uma perda real de 4%. O pior dos últimos tempos. Um total desrespeito, visto que, os bancários reivindicam uma proposta de reajuste digno para os salários, com 16%, reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, além de mais contratações, melhores condições de trabalho e medidas de atenção à saúde do trabalhador.

 

Bancos oferecem pouco, mas cobram muito

 

Os números são de assustar qualquer um. Na tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, entre os dias 24 e 30 de setembro, revela as altas taxas anuais cobradas por bancos mais populares e que estão entre os seis maiores do País (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC).

Os juros no Itaú chegam a 631,30% ao ano. No Bradesco, a taxa anual é de 494,60%. O levantamento segue com o HSBC, com taxa de 461, 24% e Santander com 432,39% ao ano. Entre os bancos públicos, destaque para o Banco do Brasil com 307,32% de taxa, e a Caixa, a qual cobra 128,22% de juros ao ano nas operações com cartão de crédito rotativo.

Para denunciar esses abusos, os bancários realizam durante todo o dia um tuitaço com a hastag #ExploraçãoNãoTemPerdão.

 

Próxima assembleia – Os bancários realizam nova assembleia avaliativa na terça-feira, 20/10, a partir das 17h, na sede do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289 – Centro).

 

Compartilhe:

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp
Compartilhar no telegram
Telegram