O lockdown nacional mobilizou a população em todo o país nesta quarta-feira (24) em defesa da vida, por vacinas para todos já, auxílio emergencial de R$ 600, empregos e contra as privatizações do governo Bolsonaro. Foram realizadas atividades nas redes sociais, atos de rua, respeitando medidas de segurança, e carros de som circularam nas páreas comerciais de cidades de vários estados.
O movimento foi organizado pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB. As centrais representam cerca de 80% dos trabalhadores sindicalizados no Brasil. A mobilização foi assumida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que mobilizou bancárias e bancários desde o início da semana. A mobilização realizou atos em estações de ônibus, trem e metrô no dia em que a covid já causou a morte de mais de 300 mil pessoas.
Live
No final da manhã, as centrais realizaram uma live pelas redes sociais, quando declararam o apoio oficial ao Pacto pela Vida organizado pelo Fórum dos Governadores e anunciado pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que também participou do debate. O pacto será posto em prática com diversas ações de conscientização da população e setores produtivos de todo o Brasil sobre os caminhos mais corretos para enfrentar a pandemia.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, disse que desde as primeiras horas do dia os trabalhadores começaram a fazer ações de apoio ao lockdown nas redes sociais. Ele lembrou que o país chegou à marca dramática de mais de 3 mil mortes diárias, falou da falta de equipamentos de proteção individual aos trabalhadores e o colapso na rede de saúde com falta de leitos, medicamentos e oxigênio. “Há um ano, no início da pandemia, forçávamos as empresas a fazerem o lockdown ou para reduzir a presença nos locais de trabalho porque para a ciência era a única forma de impedir a ampliação da doença. Se fizéssemos a medidas de proteção, reduziríamos em dois terços esse número de mortes”, lembrou o presidente da CUT.
Auxílio emergencial
Para Sérgio Nobre, o ideal seria um lockdown de 21 dias, mas seria preciso condições, entre as quais um auxílio emergencial que garantisse que o trabalhador e sua família pudessem ficar em casa. “Um auxílio de 150 reais não compra nem um botijão de gás”, criticou. Nobre afirmou que o 1º de Maio próximo não pode ser uma manifestação qualquer. “Tem que ser um 1º de Maio pela vacina, pelo auxílio emergencial decente, por mais emprego, para mudar os rumos do país e voltar à democracia”, concluiu.
Governadora
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, que já foi presidenta do Sindicato dos Professores de seu estado, ressaltou que é dever do governante ter responsabilidade fiscal, mas que na atual situação do país, a escolha é garantir a sobrevivência da população. “Não é fácil adotar medidas duras para conter a Covid-19. Nos 15 dias de suspensão das atividades no estado, nossas receitas vão diminuir em 70%. Mas vamos elevar as despesas com a saúde, pois o impacto é na vida das pessoas”, afirmou a governadora.