As seis maiores centrais sindicais do Brasil divulgaram nesta terça-feira, dia 15, Nota Oficial Conjunta cobrando do Comitê de Política Monetária (Copom) a reduçaõ da taxa básica de jurosdo país (Selic) e exortando o Banco Central “a considerar outros fatores ao redor e repensar a estrutura do sistema de metas, extremamente conservadora”. Leia abaixo a íntegra da nota:
Nota oficial conjunta das centrais
Copom quer especulação; centrais querem desenvolvimento com distribuição de renda
O movimento sindical brasileiro quer que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza a taxa básica de juros em sua próxima reunião. Exortamos o Banco Central, a quem o Copom é subordinado, a considerar outros fatores ao redor e repensar a estrutura do sistema de metas, extremamente conservadora.
A taxa de inflação permanece sob controle e ainda está bastante longe da margem extra de dois pontos percentuais além da meta, embora o Banco Central insista em afirmar o contrário. As últimas altas de preços estão ligadas à demanda internacional de alimentos, e uma elevação de juros no Brasil em nada influenciaria tal movimento. O mercado internacional, a partir dos Estados Unidos, está reduzindo as taxas básicas de juros – elevá-la aqui seria um contra-senso. O fortalecimento do mercado interno brasileiro, observado ao longo dos últimos anos, tem sido nosso principal lastro contra a contaminação da economia pelos efeitos nocivos da retração norte-americana.
Estes são motivos suficientes para demover o Banco Central da idéia de elevar a taxa Selic, como tem sido especulado.
Há outros, até mais importantes que os já citados, mas que pertencem a um universo do qual o BC parece não fazer parte, pois até agora jamais deu ouvidos aos clamores dos trabalhadores e do setor produtivo como um todo. Juros altos beneficiam apenas o capital especulativo e atraem somente dinheiro volátil, sem compromisso. Juros altos aumentam a dívida pública. Juros altos seguem na contramão da produção, do crédito e do consumo. Elevá-los ainda mais seria impor novos obstáculos ao desenvolvimento com distribuição de renda e valorização dos trabalhadores e trabalhadoras. Imporia redução no ritmo de geração de empregos. Elevaria o valor das prestações de produtos que o trabalhador deseja e precisa comprar.
A imensa maioria do Brasil não quer juros básicos altos.
Assinam esta nota:
Antonio Neto, presidente da CGTB
Artur Henrique, presidente da CUT
José Calixto, presidente da NCST
Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da UGT
Wagner Gomes, presidente da CTB