A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) se reúne na noite desta segunda-feira (24), por videoconferência, com os representantes do banco e vai cobrar que o banco apresente uma proposta global das reivindicações específicas dos funcionários para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
“Temos apenas uma semana até que nosso acordo coletivo perca a validade. Se o banco não nos apresentar uma proposta global vamos exigir que eles garantam a ultratividade dos direitos previstos no acordo que vence dia 31 deste mês”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga, ao lembrar que a reforma trabalhista acabou com a ultratividade.
Fukunaga ressaltou a importância dos funcionários estarem mobilizados. “É importante que os funcionários estejam atentos e se mobilizem. Se não souber o que é ultratividade, no site da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) tem um texto que explica direitinho e mostra que todos seus direitos, desde a PLR até o vale-refeição, correm risco”, explicou.
“A Contraf-CUT, nós da CEBB e os sindicatos estamos lutando pela manutenção dos direitos, mas o banco segue as determinações de um governo que criminaliza os trabalhadores de empresas públicas e quer rebaixar nossos salários e retirar nossos direitos. Sozinhas, sem a participação dos funcionários, as representações sindicais não poderão deter essa sanha do governo. Todos precisamos estar unidos e irmos para as redes sociais e, se for preciso, para as ruas para exigirmos o devido reconhecimento pelo que fazemos para que o banco obtenha lucros bilionários a cada ano”, conclamou o coordenador da CEBB.
Ataques e mais ataques
Nas últimas reuniões de negociações, o Banco do Brasil apresentou propostas de retiradas de direitos dos funcionários. Primeiro levantou a possibilidade de redução do tempo de avaliação necessário para retirada de comissão de função e, na última reunião, trouxe mais quatro propostas que podem trazer prejuízos aos funcionários: a proibição da acumulação e venda dos cinco dias de folga a que o funcionário tem direito a cada ano; o fim do descanso de 10 minutos a cada hora para os funcionários do autoatendimento; o registro de ponto do intervalo de 30 minutos para almoço; e a implantação do ponto eletrônico para os funcionários do BB Seguridade, BBDTVM e outras subsidiárias do banco.
“O banco está nos trazendo a pauta do governo Bolsonaro, que quer rebaixar salários e reduzir direitos de todos os trabalhadores de empresas estatais, inclusive dos bancos públicos”, avaliou Fukunaga. “Sem contar a proposta de redução da PLR apresentada na mesa única de negociações com os demais bancos. Que, se não mexe na nossa PLR adicional, mexe na que os funcionários recebem referente à regra da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e afeta diretamente nos valores que os funcionários receberão”, explicou.
“Pedimos a atenção e participação dos funcionários. Não caiam na história de que os bancos tiveram perda. Não tiveram. Ao contrário, tiveram lucros bilionários e poderiam ser ainda maiores se não tivessem se aproveitado da liberalidade que o Banco Central lhes concede de fazer provisões de quanto eles quiserem para as chamadas dívidas duvidosas. Os bancos se aproveitam disso para manobrarem seus balanços e reduzir ou aumentarem seus percentuais de lucros quando bem entenderem”, observou a secretária da Juventude e representante da Contraf-CUT nas negociações com o Banco do Brasil, Fernanda Lopes. “Temos que ir pra cima dos bancos e cobrar aumento real e manutenção de todos os direitos. Eles podem atender todas as nossas reivindicações”, concluiu a dirigente da Contraf-CUT, que é funcionária do BB.