CASSI: BB quer passar a conta para os associados

(São Paulo) Depois de três anos de negociações, o Banco do Brasil finalmente apresentou sua proposta para a Cassi. E causou profunda irritação nos representantes dos funcionários, com um projeto irresponsável e que cobra dos associados sua dívida de anos e anos de descumprimento do Estatuto.

 

“A proposta é um tapa na cara dos associados. O banco, além de não assumir sua responsabilidade, ainda quer passar a conta para aqueles a quem prejudicou. Depois de três anos e de ter falado que 2005 era o ano da Cassi, o banco vem com esta proposta lamentável”, comentou Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.

 

Pela proposta, o banco continua descumprindo o Estatuto que define a contribuição patronal em 4,5% dos salários. Desde os tempos de FHC, o BB só paga 3% para os novos funcionários contratados após 1998. “Em vez de corrigir essa irregularidade, o BB ainda quer onerar o associado”, explicou Eduardo Araújo, representante de Brasília na Comissão de Empresa. O banco quer aumentar a participação dos associados pós-98 de 3% para 3,75% dos salários e também quer estabelecer sua participação em 3,75%. Ou seja, em vez de pagar 1,5 por 1, como prevê o Estatuto, quer equiparar suas contribuições às do funcionário.

 

O Banco do Brasil também prejudica o associado da Cassi em sua proposta de criar a participação compulsória do associado em exames e eventos. “A Comissão de Empresa não concorda com uma proposta que tem como fundamento aumentar a taxação dos trabalhadores. Foi o banco que levou a Cassi à sua situação atual e agora deveria assumir as conseqüências”, afirmou William Mendes, da Comissão de Empresa.

 

A proposta apresentada pelo banco também ignora o Plano Odontológico, reivindicação antiga do funcionalismo.

 

Os únicos pontos positivos da proposta ficaram por conta da assunção, por parte do banco, do custeio dos dependentes indiretos e de um aporte financeiro de R$ 120 milhões que se compromete a repassar em quatro anos, a título de investimento em serviços próprios da Cassi.

 

Fonte: Contraf-CUT

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