Jornal GGN
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) propôs, nesta quarta-feira (25) na tribuna do Senado, uma investigação para quebrar o silêncio sobre os mais de 8 mil brasileiros com contas secretas no banco HSBC na Suíça. Randolfe alertou para a importância do assunto, pouco abordado no Brasil, seja pela escassa divulgação de dados brasileiros pela imprensa, seja pela investigação da Polícia Federal e da Receita Federal.
“A denúncia contra o HSBC mostrou o Brasil no topo da cadeia criminosa”, disse, lembrando que o Brasil é o quarto da lista de países com maior número de clientes associados às contas vazadas e o nono entre os países com maior quantidade de dinheiro depositado: R$ 7 bilhões. “Em moeda nacional, isso representa uma quantia equivalente a R$ 20 bilhões, exatamente o que o Governo Dilma pretende arrecadar com o pacote de maldades que resume o ajuste fiscal desenhado pelo ortodoxo ministro da Fazenda, Joaquim Levy”, disse Randolfe.
O senador chamou a atenção para a diferença de tratamento do tema, que ficou conhecido como “Swiss Leaks”, no Brasil com o restante do mundo. “Estranhamente, no Brasil, o caso do HSBC mereceu um estridente silêncio da grande imprensa”, e elogiou o esforço de blogs e blogueiros desvinculados da grande imprensa: “blogs como Megacidadania e O Cafezinho, sites como Brasil 247 e Diário do Centro do Mundo ou blogueiros como Miguel do Rosário e Luís Nassif vasculham e revelam dados que não se vê, nem se lê nos grandes veículos de comunicação”, afirmou.
Como exemplo, Randolfe citou a reportagem do Jornal GGN, publicada na última terça-feira (17), “A lista dos brasileiros no HSBC da Ásia atualizada”. Nela, por meio de internautas e colaboradores, foi possível chegar a uma lista atualizada de nomes e endereços de 93 contas do HSBC relacionadas a brasileiros, divulgada por um jornalista de Hong Kong, na China.
“Este caso do HSBC é importante demais para ficar restrito à decisão pessoal, privativa, seletiva, monocrática de um único jornalista, de um só blog, de apenas um veículo poderoso da internet. O dinheiro sonegado e subtraído ao Brasil e aos brasileiros não pode ser envolvido pelo segredo, pelo sigilo, pela impunidade que todos combatemos”, concluiu o senador, fazendo referência a Fernando Rodrigues, o único jornalista brasileiro que tem acesso aos dados vazados.