O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro intensificou nesta semana a mobilização contra as demissões impostas pelo Itaú Unibanco. Os sindicalistas percorreram, na terça-feira (7), unidades da Rio Branco e do Castelo, no Centro, e Laranjeiras, na Zona Sul.
Nesta quarta-feira (8) foi a vez das unidades da Tijuca. O objetivo foi divulgar a campanha de mídia contra as dispensas no banco. Em 2011, mais de 4 mil trabalhadores perderam o emprego no Itaú e em janeiro deste ano o banco foi responsável por metade de todas as homologações feitas pelo Sindicato.
“Em todas as agências que visitamos ficou claro o número insuficiente de caixas. Gerentes operacionais e tesoureiros têm de se desdobrar para cobrir a falta de funcionários”, afirma o diretor do Sindicato, Adriano Campos. O sindicalista disse ainda que muitos empregados só conseguem almoçar após as 16h, quando termina o horário de atendimento da agência.
Outra denúncia dos bancários é em relação ao Programa Agir 2012. “O bancário tem de se desdobrar para vender mas só recebe a comissão pela venda se bater as metas em todos os produtos oferecidos pela empresa”, critica Adriano.
A população também sofre com a falta de caixas. “Tivemos uma ótima recepção e todo o apoio dos clientes, que também estão insatisfeitos com as filas e com o tratamento desumano dado pelo banco”, disse o diretor do Sindicato, Paulo Barata.
Sem autonomia para trabalhar
Os gerentes da área comercial (GAs) denunciaram ao Sindicato que o Itaú aumenta a pressão para o cumprimento de metas, mas tirou toda a autonomia dos bancários sobre as contas dos clientes, dificultando, por exemplo, a liberação de empréstimos, operação que não é mais permitida pelo atual sistema do banco.
Filas em Laranjeiras
No bairro das Laranjeiras, não é apenas o torcedor do Fluminense que sofre com as filas para comprar ingressos para os jogos do clube. Os clientes do Itaú também passam por dificuldades nas agências bancárias.
O diretor do Sindicato, José Antonio Pinheiro, comprovou o problema. “O Itaú tinha três agências no bairro, uma no Palácio Guanabara e duas na Rua das Laranjeiras e fechou duas. Agora toda a clientela, inclusive aposentados e pensionistas, têm que ir para a única unidade que restou, aumentando as filas e a sobrecarga de trabalho dos bancários”, critica.
Negociações
Nesta sexta-feira (10) tem negociação entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos com a direção do Itaú, em São Paulo. O tema central é a política de demissões do banco.
Os bancários entregam ainda a minuta específica de reivindicações, definida no Encontro Nacional realizado nos dias 14 e 15 de dezembro de 2011.