Campanha por Acordo Global com Santander e HSBC será lançada em março

Em reunião promovida pela UNI Finanças, na quinta-feira, dia 14, em Madri, na Espanha, com a participação da Contraf-CUT, foi ratificado o lançamento da campanha por um Acordo Marco Global com o Santander e o HSBC, a ser realizado nos dias 17 e 18 de março, em São Paulo. A data havia sido definida na Conferência da UNI Finanças, ocorrida em dezembro, em Dublin, na Irlanda.

Os brasileiros foram representados pelo secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr, e pela diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da Rede Sindical do Santander da UNI Américas, Rita Berlofa. A reunião foi coordenada pelo chefe da UNI Finanças Mundial, Oliver Röethig. Também compareceram dirigentes de entidades sindicais da Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, Portugal e França, totalizando 26 participantes.

Garantir compromissos dos bancos

O Acordo Global visa assegurar direitos fundamentais para os trabalhadores dos dois bancos, independentemente dos países onde se encontram estabelecidos, como o direito à organização em sindicatos sem ingerência patronal e o direito à sindicalização, o que significa que nenhum trabalhador poderá sofrer retaliações, repressão e discriminações.

Também são objetivos do Acordo Global: firmar compromisso dos bancos em respeitar a legislação de cada país, assegurar negociação coletiva e diálogo social permanente em todos os níveis e combater as práticas anti-sindicais e a precarização do trabalho. “Com todas essas premissas, queremos que as instituições pratiquem com os seus trabalhadores a responsabilidade social que têm alardeado nas suas propagandas milionárias”, destaca Ademir.

Globalizar direitos

“A cada trimestre, o Santander e o HSBC anunciam lucros mundiais, chamando a atenção para os seus resultados. Está na hora de globalizar também direitos básicos para os seus trabalhadores, responsáveis pelos ganhos extraordinários dessas instituições”, aponta o dirigente da Contraf-CUT. “É inadmissível que esses bancos não negociem com as entidades sindicais questões como emprego e contrapartidas sociais”, exemplifica.

As entidades sindicais buscam negociações para firmar a assinatura do Acordo Global em 2010, ano em que acontecerá o congresso mundial da UNI Global Union. Os dois bancos foram os menos afetados pela crise financeira e, portanto, não têm razões para negar o atendimento dessa importante demanda dos representantes dos trabalhadores.

Todos sairão ganhando

“O Acordo Global é um instrumento onde todos ganham: trabalhadores, entidades sindicais e empresas. Esperamos que as direções brasileiras dos dois bancos, principalmente o Santander pela sua forte representação no grupo em nível mundial, liderem esse movimento e façamos já em março, ao invés do lançamento da campanha, a assinatura desse importante documento”, afirma Rita.

“O Santander, que já discutiu o tema com dirigentes sindicais no Brasil e com a UNI Finanças, tem uma grande oportunidade de ser o pioneiro, transformando-se em referência mundial para outros bancos e agregando valor para a sua imagem”, completa Rita.

Elementos para a campanha

Na reunião, a UNI Finanças apresentou vários elementos para a campanha, destacando a unidade de ação, a busca da participação de todas as entidades sindicais e de todos os trabalhadores, a realização de atividades globais, o envolvimento dos clientes, a cobrança da responsabilidade social, a ocupação de espaços na mídia, os contatos com políticos e governos, o diálogo com acionistas e investidores e as alianças com ONGs e comunidades.

Importância do Acordo Global

“Os Estados Unidos defendem a democracia no mundo, mas lá os trabalhadores têm medo de se sindicalizar para não perder o emprego. Na Europa é impensável que não haja direito de sindicalização”, denunciou o chefe da UNI Finanças.

“O Acordo Global não é um fim, mas um meio para a melhoria das relações de trabalho no Santander e HSBC no mundo”, ressaltou Oliver. “A América Latina é cada vez mais importante para esses dois bancos e, por isso, vamos também buscar o apoio da opinião pública, especialmente os clientes, que têm criticado a atuação dessas instituições”, completou o dirigente mundial.

Calendário

A reunião também referendou o calendário mundial da campanha. Veja as principais atividades definidas:

8 a 12 de fevereiro: entrega de carta para as direções do Santander e HSBC nos países onde se encontram estabelecidos, com cópia para a direção mundial, reivindicando negociação para fins de assinatura do Acordo Global;

17 e 18 de março: lançamento mundial da campanha, em São Paulo ;

abril: participação ativa dos trabalhadores das duas instituições;

julho a agosto: ações globais sob coordenação da UNI Finanças.

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