Campanha Nacional “Se é Público, é para Todos” é lançada no Recife

A campanha "Se é público, é para todos" foi lançada oficialmente em Pernambuco, na última terça-feira (16), e  uniu lideranças de dezenas de movimentos sociais, bancários e bancárias, sindicalistas, professores, estudantes e diversas outras categorias. Todos interessados em defender o patrimônio, as empresas e os bancos públicos da ameaça privatista e do desmonte planejado pelo governo golpista de Michel Temer.

A palestra do sociólogo Emir Sader foi o ponto máximo do evento. Sader fez um importante relato do retrocesso ao qual estamos expostos na atual conjuntura de golpe e analisou os principais motivos pelos quais devemos lutar para manter direitos conquistados e proteger nossas riquezas do entreguismo dos mandatários de plantão.

“Quando começou essa crise internacional que não tem prazo para acabar, fizeram de tudo para salvar os bancos. Salvaram os bancos, que estão cada vez mais fortes e mais ricos. Quem quebrou depois disso foram os governos. Quebrou a Grécia, Portugal, a Espanha. Quando a gente vem para o Brasil, com a recessão que já vinha há vários anos, a gente vê os balanços escandalosos do Itaú, do Bradesco. Então o dinheiro existe, só que está circulando apenas no circuito financeiro. Eles estão cada vez mais ricos e deixando os trabalhadores bancários de fora”, destacou Sader.

O sociólogo e cientista político falou ainda sobre os riscos da privatização para o trabalhador e a trabalhadora do serviço público.“Qual é a lógica de uma empresa? Não é atender os interesses da população. É acumulação de lucro, de capital. Um exemplo acontece frequentemente quando as corporações norte-americanas mandam embora gente, o valor das ações sobe. Os acionistas ficam felizes porque terão menos gastos com gente. Então a lógica em tornar uma empresa pública, privada, é expor o trabalhador a esse tipo de coisa”, explicou o sociólogo.

Um dos focos da campanha “Se é Público, é para Todos” é a defesa da Caixa Econômica Federal 100% pública. A empresa é a principal parceira do Governo Federal na execução das políticas públicas, é agente operadora do Programa Bolsa Família e é a maior responsável pelos empréstimos do Sistema Financeiro de Habitação. Além disso, gerencia o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), que protege o trabalhador demitido sem justa causa e financia programas de saneamento básico e infra-estrutura.

Além da Caixa, a  campanha também pretender conscientizar a população dos intentos do governo interino para os bancos do Brasil e do Nordeste (BNB). Representantes do governo de Michel Temer têm defendido reiteradamente a privatização das empresas públicas. Projetos que precarizam a função social dessas empresas e enfraquecem a representação dos trabalhadores já estão em tramitação no Congresso Nacional.

São exemplos disso o Projeto de Lei 4.567, que propõe retirar da Petrobrás a exclusividade da execução das atividades do pré-sal, e o Projeto de Lei Complementar 268, que ameaça a representação dos trabalhadores nos fundos de pensão. A Lei 13.303, que dispõe sobre o estatuto jurídico das empresas públicas e foi aprovada em junho, proíbe a participação de dirigentes sindicais nos conselhos das empresas.

Compareceram Roberto von der Osten, conhecido por Betão, presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT); Rita Serrano, dirigente da Contraf-CUT e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas e Clotário Cardoso, vice-presidente da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal). Lideranças locais também marcaram presença. 

Clique aqui e veja as fotos do lançamento da Campanha Nacional "Se é Público, é para Todos" em Pernambuco 

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