(São Paulo) As negociações desta Campanha Nacional com o Banco do Brasil nem começaram e a diretoria da empresa já está apostando no impasse e na truculência. Numa total demonstração de falta de respeito com os bancários, o BB insiste em não agendar a primeira rodada de negociação da mesa específica.
Grande parte dos bancos já iniciou as discussões, alguns até renderam frutos como no caso do Itaú e o auxílio-educação. Inclusive os bancos públicos começaram as negociações; a Caixa já se reuniu com os empregados e o BNB agendou a primeira rodada. O Banco do Brasil está destoando de todos os demais e é o único que se recusa a negociar.
“Se esta diretoria, acostumada a lançar pacotes de maneira ditatorial, está apostando no radicalismo, vai encontrar resposta do nosso lado”, afirma Marcel Barros, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Há mais de quinze dias que a Contraf-CUT tem mantido contatos quase que diariamente com a direção do Banco do Brasil. Na semana passada, depois de muita insistência, a Confederação tentou mais uma carta ao indicar esta terça-feira, dia 11, como a data da primeira rodada de negociações.
“Faz mais de um mês que entregamos a nossa pauta de reivindicações específicas ao BB. Tentamos confirmar o início das discussões para esta terça-feira e ainda assim o Banco do Brasil não se dignou a mostrar respeito para com os funcionários. Até o final da tarde desta segunda-feira não obtivemos qualquer resposta sobre a nossa solicitação. Pelo visto, a direção do banco está querendo uma greve para abrir o diálogo”, destaca Marcel.
A Comissão de Empresa dos Funcionários chegou a se reunir na semana passada para definir o que seria a pauta desta primeira rodada de negociações, na terça. Entre os temas estavam a isonomia entre novos e antigos, adiantamento de férias para pagamento em dez vezes e férias de 35 dias, clausulas de saúde e renováveis.
“Definimos um pré-calendário com datas indicativas para as próximas rodadas de negociações. Mas o BB já furou a nossa primeira data e isto é bastante negativo. A despeito dos números, o lucro do banco apresentou um crescimento no valor recorrente muito superior aos demais, demonstrando que existe a possibilidade de atender nossas reivindicações. Só não existe, ao que parece, vontade”, conclui Marcel.
Fonte: Contraf-CUT