Caminhada luminosa pede impeachment da governadora tucana Yeda

Um protesto diferente realizado por servidores públicos e estudantes na noite desta quinta-feira, dia 21, pediu a saída da governadora Yeda Crusius. Cerca de 2,5 mil pessoas caminharam carregando velas da sede do sindicato dos professores da rede estadual (CPERS), no Centro de Porto Alegre, até o Palácio Piratini, na Praça da Matriz.

Ao chegar no local, as velas foram colocadas em uma armação de madeira que estava no chão e formava a palavra “impeachment”.

No protesto, foram usadas 860 velas para marcar os dias do governo de Yeda Crusius. A presidente do CPERS, Rejane de Oliveira, afirma que foram dias de agonia e que não há mais condições de Yeda governar depois das denúncias de corrupção.

“Chegamos na Praça da Matriz pedindo o impeachment da governadora e o afastamento imediato. O povo gaúcho é honrado e trabalhador, não pode ter como sua governadora alguém que está sob suspeita”, diz.

A próxima manifestação do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais(FSPE) será realizada na próxima quarta-feira, dia 27, em Santa Maria (RS). De manhã, os servidores pretendem visitar sindicatos, escolas e repartições públicas. À tarde, realizam um protesto em frente ao Ministério Público Federal (MPF) para exigir que o órgão divulgue as gravações que provariam as denúncias de Caixa 2 na campanha eleitoral e demais irregularidades envolvendo a governadora Yeda Crusius.

O MPF de Santa Maria investiga o desvio de pelo menos R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito, em que estariam envolvidos ex-secretários e partidários de Yeda.

Faltam três assinaturas para a CPI

Dois dos três deputados da bancada do Democratas (DEM), Paulo Borges e Marquinho Lang, assinaram, no início da tarde desta quinta-feira, o requerimento de instalação de uma CPI para investigar, entre outros fatos, os desdobramentos da Operação Solidária e as denúncias envolvendo o governo do Estado. O requerimento agora possui 16 das 19 assinaturas necessárias à criação da CPI.

Paulo Borges disse que antecipou a assinatura em razão da posição do PSDB de cogitar o pedido de impeachment do vice-governador Paulo Feijó. “As denúncias do deputado Coffy Rodrigues (PSDB), ontem, aqui na Assembleia, como forma de intimidação ao DEM, foram decisivas para a antecipação de nossas assinaturas” justificou.

Em sintonia com o colega, Marquinho Lang ponderou que seu partido não é contra o governo estadual. “Não somos oposição, somos governo. Mas não estamos no governo”. Ele seguiu dizendo que é necessário esclarecer à toda sociedade as denúncias, bem como trazer a público a série de documentos e provas que estão sob segredo de justiça. “Temos que acabar de vez com essa história”, destacou.

O deputado Daniel Bordignon (PT) foi o representante da bancada petista que levou o requerimento para os deputados assinarem. Já eram favoráveis à CPI as bancadas do PT, PCdoB, PSB, e os deputados do PDT Gilmar Sossella e Adroaldo Loureiro.

PSDB abre contas e não esclarece dúvidas

Com a prestação de contas do PSDB em mãos, representantes do partido tentaram nesta quinta-feira explicar a legalidade da arrecadação na campanha que levou Yeda Crusius ao governo do Estado em 2006. Várias questões, entretanto, ficaram sem explicação, segunda reportagem do jornal Zero Hora.

Na mesa da sede do partido, local escolhido para uma entrevista coletiva, alguns elementos indicavam os dias de tempestade enfrentados pelos tucanos. Sobre a revista Veja aberta na página com a denúncia de caixa 2, uma calculadora, um lenço para secar o suor do rosto, uma caneta e um livrinho com o plano de governo de Yeda, este um pouco mais para o lado.

O ex-tesoureiro Rubens Bordini, o ex-presidente estadual da legenda Bercílio Silva e o deputado federal Claudio Diaz mostraram documentos que foram entregues ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 2007. No relatório partidário de 2006 apresentado, que está sub judice, constam os R$ 200 mil doados por uma empresa fumageira que, segundo a revista Veja, não foram contabilizados na prestação de contas da candidata.

Ainda segundo a defesa tucana, nunca chegaram ao partido os R$ 25 mil que o candidato a vice-governador Paulo Afonso Feijó diz ter arrecadado junto a uma concessionária de veículos e enviado dentro de uma mochila.

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