Foi aprovada nesta terça-feira (20), na Câmara Municipal de Jundiaí (SP) a moção do vereador Paulo Malerba (PT-SP) dirigida à Contraf-CUT em apoio a greve dos bancários. De acordo com Malerba, que também é diretor do Sindicato dos Bancários de Jundiaí e região, trata-se de uma luta justa que deve receber o apoio de todos.
“Os bancos continuam tendo lucros substanciais e devem melhorar as condições de trabalho e a remuneração dos bancários. Entendemos que os direitos são conquistas dos trabalhadores. Portanto, a mobilização continuará sendo nossa principal ferramenta”.
Confira aqui a íntegra da moção:
A greve dos bancários teve início no último dia 06 de outubro e apresentou como principais reivindicações o reajuste salarial de 16% (inflação mais 5% de aumento real), maior PLR (Participação nos lucros e resultados), melhores condições de trabalho, fim das metas abusivas e do assédio moral, aumento das contratações de funcionários e funcionárias, dentre outros temas expressos na minuta de reivindicações da categoria.
Além dos pontos específicos citados, convém ressaltar que estão na pauta da mobilização temas fundamentais voltados a uma sociedade mais justa, como o combate à terceirização, a Reforma Política com o fim do financiamento privado para campanhas eleitorais, a Reforma Tributária, a democratização dos meios de comunicação e a luta contra a criminalização dos movimentos sociais. Observa-se, por esse quadro, um movimento grevista combativo na defesa da democracia e dos direitos de cidadania.
Outrossim, cabe destacar que a categoria busca dialogar com temas importantes para a população, pois procura garantir melhor atendimento com a contratação de funcionários/as, redução nas taxas de juros e nos spreads, redução nas tarifas, segurança nas agências, etc.
A pauta de reivindicações dos bancários/as é construída de forma bastante ampla e democrática, iniciando-se na consulta realizada pela direção dos sindicatos junto aos trabalhadores em seus locais de trabalho, passando pelas conferências regionais, estaduais e nacional, garantindo, assim, a construção de reivindicações que representam toda a categoria no país, bem como assegure a coesão de ações no Brasil inteiro.
Avaliando que os lucros e resultados alcançados pelos bancos no país têm sido cada vez mais expressivos, seja em momentos de crescimento econômico ou não, entendemos que é possível atender as reivindicações dos bancários/as e apresentar propostas para negociações compatíveis com os anseios dessa importante categoria. A alta rentabilidade dos bancos tem se baseado na forma como se consolidou o setor bancário no país, bastante concentrado e centralizado, bem como na condução da política econômica, que tem sido bastante favorável aos bancos, principalmente no que se refere a taxa de juros e financiamento da dívida pública. Outro aspecto fundamental a ser considerado é a organização do trabalho, bastante rigorosa e que impõem uma rotina de estresse para os bancários/as a fim de que consigam atender diversas demandas dos/as clientes e realizar os negócios de interesse das instituições, algo que possui um controle quantitativo intenso e ativo por parte da estrutura das organizações.
A atividade prestada pelos bancários e bancárias é de grande importância para a sociedade, que precisa utilizar cotidianamente os serviços oferecidos através dos bancos e realizados pelos trabalhadores/as em diversos setores, especialmente nas agências. A diversificação de atividades é uma característica do setor e exige que os bancários/as estejam sempre qualificados para atender às necessidades dos clientes e lidar de forma segura com os produtos e serviços financeiros. Para além da constante qualificação exigida, é notória a grande carga de trabalho e pressão a que estão submetidos: são inúmeras metas a serem cumpridas diariamente, na venda de produtos, atendimentos, operações de crédito e investimento, dentre outras.
Um importante indicador daquilo que os bancos consideram eficiência na relação entre resultado e trabalho é que toda folha de pagamento dos maiores bancos brasileiros é paga exclusivamente com tarifas bancárias, e ainda sobra dinheiro dessas tarifas. Isso significa dizer que o custo de pessoal das instituições tem uma fonte que vem crescendo ano a ano, através do pagamento de tarifas por serviços cobradas dos clientes.
Desse modo, considerando que a data base dos bancários/as é 1º de Setembro, que a pauta de reivindicações foi apresentada em 11 de agosto, que o direito de greve é uma garantia constitucional e que os exorbitantes lucros dos bancos são compatíveis para atender as demandas apresentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras,
Apresentamos à Mesa, na forma regimental, sob apreciação do Plenário, esta Moção de Moção de Apoio à CONTRAF – Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro pela greve dos bancários e bancárias, solicitando aos bancos apresentação de propostas que contemplem as demandas econômicas e sociais da categoria