Quatro anos após o Conselho de Usuários do Saúde Caixa ter orientado, por consenso entre indicados e eleitos, a implantação do Plano Saúde Família, a diretoria da Caixa Econômica Federal anunciou, no último dia 14, sua rejeição à implantação do novo plano. Estranhamente, a decisão só foi comunicada ao Conselho de Usuários após intensa cobrança dos representantes eleitos à direção da empresa.
O novo plano viria para oferecer atendimento médico aos familiares não contemplados pelo plano principal, como filhos maiores de 24 anos, pais, irmãos, entre outros. A inclusão seria paga à parte, porém, com um valor abaixo do praticado no mercado, já que o plano não visaria a lucro. A nova modalidade daria direito à mesma cobertura do plano principal.
“A decisão tomada pela direção da Caixa, quatro anos após a aprovação no Conselho, demonstra a falta de respeito com os empregados e frustra uma expectativa mais do que justa da parte do funcionalismo”, criticou o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio e conselheiro eleito do Saúde Caixa Sérgio Amorim.
Alegações
Entre as alegações, a Caixa argumenta que, em caso de desequilíbrio financeiro do Saúde Caixa, seria a empresa a arcar com os compromissos. A desculpa é esfarrapada. Afinal, o banco tem mais é que assumir toda a responsabilidade para garantir a saúde dos funcionários.
Um exemplo de que as reivindicações dos empregados da Caixa são justas e possíveis de serem atendidas é o que ocorre na Cassi, que atende os funcionários do Banco do Brasil, onde existem dois planos: o plano 1, voltado para o funcionalismo e dependentes diretos; e o plano 2 (Cassi Família), que tem o mesmo modelo agora rejeitado pela Caixa.
O aumento de participantes é positivo, pois, ao contrário do que afirma a Caixa, aumenta o interesse de médicos e hospitais em estabelecer convênios para prestar atendimento. O Plano Família da Cassi é superavitário, derrubando a desculpa de que um plano com modelo similar na Caixa resultaria em “desequilíbrio financeiro”.
“A Caixa diz que quer ser uma das 100 melhores empresas para se trabalhar, mas não se preocupa sequer com a qualidade de vida e a saúde dos empregados e dependentes”, desabafou Sérgio Amorim.