Enquanto a Caixa Econômica Federal lucrou R$ 5,287 bilhões nos primeiros nove meses de 2014, o que significou um crescimento de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado, o banco abriu 1.882 novos postos de trabalho, atingindo o total de 100.080 empregados.
De julho a setembro, o lucro alcançou R$ 1,9 bilhão, alta de 1% sobre o trimestre anterior. O balanço foi publicado na tarde desta quinta-feira (13) e os dados foram analisados pela Subseção do Dieese na Contraf-CUT.
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Nos últimos 12 meses, a Caixa criou 3.328 empregos e inaugurou 187 agências e 100 postos de atendimento (PA). “É muito importante destacar a criação de empregos na Caixa, ao mesmo tempo em que os bancos privados andaram na contramão da economia brasileira e fecharam postos de trabalho”, compara Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.
“A abertura de novas vagas precisa continuar cada vez mais para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes e usuários, diante do crescimento do crédito e do importante papel social da Caixa”, destaca. Cordeiro salienta que “o acordo aditivo da Caixa, conquistado na Campanha Nacional 2014, garante 2 mil novas contratações de empregados, sendo 1 mil até dezembro deste ano e 1 mil até dezembro de 2015”.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Matheus, ressalta que os resultados são fruto da dedicação diária dos mais de 100 mil trabalhadores. “Vou reafirmar o que disse em agosto, quando saiu o lucro do primeiro semestre. Somos nós, empregadas e empregados, que construímos tudo isso, dia a dia. Merecemos o reconhecimento da direção da empresa, sobretudo com o atendimento das nossas demandas”, declara.
Fabiana Matheus, que também é diretora de Administração e Finanças da Fenae, lembra que houve conquistas importantes nas negociações com o banco, mas que mais avanços ainda são necessários, principalmente no que diz respeito às condições de trabalho. “A ampliação do quadro de pessoal não acompanha o aumento do número de agências, das demandas e do volume de operações. O Brasil precisa de uma Caixa cada vez mais forte e eficaz, o que só será possível com a valorização dos empregados”, reclama.
Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, “os dados apresentados reforçam a importância da Caixa como banco público e com forte papel social, algo que foi muito discutido nas eleições presidenciais deste ano. Ela é e deve continuar sendo um pilar importante para o desenvolvimento econômico do país combinado à inclusão dos brasileiros”.
Ampliação do crédito
O resultado correspondeu a uma rentabilidade sobre o Patrimônio Líquido (PL) anualizado (ROE) de 17,8% (queda de 8,7 pontos percentuais em relação a setembro de 2013). Essa queda na rentabilidade foi resultante do significativo crescimento do PL (com alta de 146,3%). Esse crescimento se deve à inclusão de dois instrumentos híbridos de capital e dívida (que compõem também o Patrimônio de Referência para Basileia), nos valores de R$ 8 bilhões e R$ 27,9 bilhões.
A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 24,4% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 576,4 bilhões (4,4% no trimestre). A carteira comercial pessoa física cresceu 21,1% em relação a setembro de 2013, chegando a R$ 91,7 bilhões.
Já as operações com pessoa jurídica alcançaram R$ 95,3 bilhões, com elevação de 11% em comparação ao 3º trimestre de 2013. O crédito voltado para a habitação (com 55,6% do total da carteira) cresceu 26,1%, totalizando R$ 320,6 bilhões. O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 0,33 ponto percentual em relação a setembro de 2013, ficando em 2,73%. As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) cresceram 45,4%, chegando a R$ 9,7 bilhões.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceram 12% em 12 meses, assim como, também, as despesas de pessoal. Com isso, a relação entre receita de prestação de serviços e tarifas e das despesas de pessoal manteve-se em 105% no terceiro trimestre de 2014.