A Caixa Econômica Federal atingiu lucro de R$ 5,2 bilhões em 2011, com crescimento de 37,7% em relação a 2010. No último trimestre, o lucro chegou a R$ 1,6 bilhão, 20% a mais do que no mesmo período do ano anterior. O número total de empregados cresceu de 83.185 para 85.633, um saldo de 2.448 novos postos de trabalho.
Em 2011, o saldo da carteira de crédito chegou a R$ 249,5 bilhões, com crescimento de 42%. A carteira imobiliária apresentou saldo de R$ 152,9 bilhões em dezembro de 2011, aumento de 41,1% em relação ao registrado no ano anterior.
De acordo com a Caixa, foram liberados R$ 80,1 bilhões para habitação, valor 5,5% superior ao contratado em 2010. Os financiamentos tiveram crescimento de 15,7% e totalizaram R$ 67,8 bilhões, dos quais R$ 36,4 bilhões foram realizados com recursos da poupança (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE) e R$ 31,3 bilhões com linhas que utilizam o Fundo de Garantida do Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, foram destinados R$ 7,5 bilhões para subsídios e R$ 4,9 bilhões a arrendamentos residenciais e repasses.
No âmbito do Programa Minha, Casa Minha Vida 2, a Caixa realizou contratos no total de R$ 32,1 bilhões, atendendo a 1,7 milhão de pessoas.
As rendas de prestação de serviços encerraram o ano em R$ 12,6 bilhões, crescimento de 20,7% em comparação ao registrado em 2010. Segundo a Caixa, esse aumento foi puxado “pela expansão da base de clientes e das transações bancárias”.
O patrimônio líquido consolidado atingiu R$ 19,6 bilhões em dezembro de 2011, evolução de 26,7% em 12 meses. O patrimônio de referência somou R$ 39,5 bilhões, enquanto o Índice de Basileia alcançou 13,35%, superior aos 11% exigidos pelo Banco Central. Esse percentual indica a capacidade do banco de emprestar, levando-se em consideração os recursos próprios e a ponderação de riscos. A exigência é que, para cada R$ 100 emprestados, o banco deve ter, pelo menos, R$ 11 de recursos sem emprestar.
De acordo com a Caixa, os ativos administrados atingiram a marca histórica de R$ 1 trilhão, dos quais R$ 510 bilhões são próprios.
“O resultado da Caixa mostra que é possível ter lucros crescentes com uma atuação que cumpra com as finalidades sociais de um banco, especialmente um banco público”, avalia Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e empregado do banco.
“A Caixa aumentou fortemente o crédito para a casa própria, com juros inferiores aos praticados pelo mercado, fortalecendo a construção civil. Além disso, gerou mais de 2 mil postos de trabalho, ao contrário do Itaú, que mesmo com um lucro recorde de R$ 14,6 bi, fechou 4.058 vagas, um desrespeito aos bancários e ao país”, afirma.
Para ele, no entanto, ainda que o crescimento no número de bancários é positivo, o ritmo das contratações é insuficiente. “Os bancários da Caixa apoiam e se sentem orgulhosos de participar da gestão dos programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, responsável pelo grande aumento nos financiamentos imobiliários”, afirma Plínio.
“Mas isso não muda o fato de que estamos cada vez mais sobrecarregados. Há poucos trabalhadores para dar conta do trabalho, o que tem causado grande número de adoecimentos e a perda da qualidade do atendimento oferecido aos usuários e clientes”, diz.
Ele lembra que os bancários conquistaram o aumento para 92 mil funcionários até fim desse ano e 97 até fim de 2013 na Campanha Nacional 2011. “Mas o ritmo das contratações precisa ser mais rápido. Precisamos urgentemente de mais bancários para conseguir melhorar as condições de trabalho”, defende.
PLR Social
Para Plínio, os resultados do banco mostram o acerto da criação da PLR Social, conquista dos empregados na Campanha Nacional 2010 e mantida em 2011. “O lucro da Caixa é grande, mas fica abaixo dos outros grandes bancos brasileiros por conta de sua função social. O que não quer dizer que seus empregados trabalhem menos que seus colegas de outras empresas. A PLR Social é um instrumento que ajuda a corrigir essa distorção”, avalia.
A Contraf-CUT irá enviar correspondência ao banco cobrando a data do pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Cada empregado da Caixa deve receber a regra básica e a parcela adicional da PLR, nas mesmas regras previstas na convenção coletiva (veja abaixo).
Além disso, os trabalhadores conquistaram no acordo aditivo o pagamento da PLR Social, que corresponde à distribuição linear de 4% do lucro líquido do exercício de 2011. Do montante será deduzido o valor já antecipado, que foi calculado com base em 4% do lucro líquido obtido no primeiro semestre do ano passado.
1. Regra básica da PLR
Cada bancário deve receber o restante da regra básica da PLR, cujo valor total corresponde a 90% do salário mais R$ 1.400, limitado a R$ 7.827,29.
Do pagamento da regra básica, será descontada a antecipação da primeira parte feita em 2011, equivalente a 54% do salário mais R$ 840, com teto de R$ 4.696,37.
2. Parcela adicional da PLR
Cada bancário também deve receber o restante da parcela adicional da PLR, cujo valor total é calculado com base na distribuição linear de 2% do lucro líquido de 2011 entre todos os empregados, com teto de R$ 2.800. Esse montante é pago sem desconto nos programas próprios de remuneração variável.
Do pagamento da parcela adicional será deduzida a antecipação feita em 2011, limitada a R$ 1.400.