Caixa: Empregados cobram possibilidade de transferência

Outra cobrança é para que entidades de representação e associativas dos trabalhadores participem da recepção e integração dos novos contratados

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), querem que o banco abra a possibilidade de transferência do local de lotação, antes de iniciar o processo de contratação dos novos empregados. Outro pedido foi para que as entidades de representação sindical possam participar da recepção e integração dos novos empregados.

“Existem casos de empregados que já haviam mostrado interesse na transferência, mas o banco negou, alegando não haver como fazer as substituições. Agora que serão contratados mais 800 aprovados no concurso de 2014, o banco pode rever esta decisão”, explicou a coordenadora da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt.

Para o diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro, o “Movimenta”, como é chamado na Caixa o sistema de transferência do local de lotação, pode abrir possibilidade de movimentação para mais do que 800 novos contratados. “Em alguns casos, o próprio quadro atual pode suprir as vagas abertas com as transferências. Isso pode ocorrer quando um empregado quer sair de uma região, ou unidade e um outro quer ir para aquela mesma localidade”, explicou. “E é muito importante que isso aconteça antes das contratações, pois existem muitos casos de empregados que precisam realizar grandes deslocamentos para conseguir chegar ao local de trabalho, alguns deles são pessoas com deficiência, ou que moram em outras cidades”, completou.

O diretor da Contraf-CUT ressaltou que, neste caso, as contratações já levariam em conta as transferências dos atuais empregados que queiram mudar sua lotação.

Integração

As entidades de representação e associativas dos empregados também ressaltam a importância de elas participarem do processo de recepção e integração dos 800 novos contratados. “Esta é uma reivindicação histórica. E assim que houve o acordo, já foi cobrada para que seja realizada com os novos contratados”, disse a coordenadora da CEE.

“A presença da Contraf-CUT, Fenae, Apcefs, sindicatos e federações é importante para mostrar que a democracia é forte em nosso país e também para que as novas empregadas e empregados conheçam as entidades e entendam a importância da organização dos trabalhadores para a defesa dos seus diretos e para a luta por novas conquistas”, completou Rafael de Castro.

“A unidade dos trabalhadores é determinante para a mobilização em defesa da Caixa pública e social e contra a retirada de direitos, com foco na melhoria das condições de trabalho e no esforço por um Brasil mais justo, democrático e soberano”, disse o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

O presidente da Fenae disse ainda que as entidades de representação e associativas dos empregados da Caixa são importantes para a luta por políticas de valorização dos trabalhadores e de proteção contra eventuais abusos de gestão, e ainda para a cobrança da manutenção da responsabilidade social da Caixa e pelo respeito aos clientes e beneficiários de programas sociais do Governo Federal. “Além destas 800 contratações, é preciso aumentar o teto de empregados, para que possa haver mais contratações e, com isso, seja possível prestar um atendimento digno à população, sem sobrecarga de trabalho. Isso também contribuirá para a redução do adoecimento do pessoal que trabalha na Caixa”, completou.

As contratações na Caixa seguem o limite estabelecido pela Secretaria de Coordenação das Estatais (Sest), órgão federal que coordena as empresas estatais. O limite na Caixa é de 87.544 empregados. Dados do último balanço mostram que o banco encerrou o primeiro trimestre de 2023 com 86.741 empregados


Contratações e fim do risco de demissões

O acordo realizado com a Caixa pela Contraf-CUT e pela Fenae no âmbito da Ação Civil Pública (ACP) movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), além garantir mais 800 contratações, põe fim ao risco de demissões dos contratados administrativamente pela Caixa após o término da vigência previsto no edital do concurso de 2014. As contratações eram questionadas pelo Tribunal de Contas da União, que pedia a exoneração dos contratados. Desde o concurso de 2014, foram contratados 11.689 empregados.

“Com este acordo, além de garantirmos a contratação de mais 800 aprovados, eliminamos a possibilidade de demissão de todos os contratados administrativamente após o término da vigência prevista no edital”, explicou a coordenadora da CEE.

Com o acordo a Caixa também se comprometeu a não realizar concurso público exclusivamente para a formação de cadastro de reserva, ou que contenham vagas não correspondente à real demanda do banco no momento da publicação do edital.

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